Fala desconexa da presidente da Petrobras desmorona com a prisão de Paulo Roberto Costa
Se a Copa do Mundo da FIFA, que de forma desnecessária acontece no País, deixará legados é a principal discussão do momento, mas pelo menos um deles já se conhece. E ficou muito claro na Arena Corinthians, em São Paulo, palco da cerimônia de abertura do evento e do jogo de estreia. Esse legado é o efeito anestésico do mundial no raciocínio da opinião pública, que já começa a acreditar que o Brasil é o país de Alice.Como depois da ressaca futebolística a vida continua, a ordem é retomar a discussão sobre as barbáries que imperam na política nacional. Assim, o ucho.info começa pelo depoimento da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na quarta-feira (11), aos membros da CPMI que investiga os muitos escândalos que tiveram a petroleira nacional como cenário.
Graça Foster, como gosta de ser chamada a presidente da Petrobras, admitiu durante o depoimento que a empresa pode ter cometido “todos os erros” no planejamento da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, cujo orçamento inicial era de R$ 6 bilhões, mas já beira a incrível marca de R$ 42 bilhões. Contudo, Foster garantiu que os projetos da refinaria foram elaborados de forma “técnica” e aprovados pela diretoria da estatal.
“Essa fase um [da construção de Abreu e Lima] foi aprovada pela diretoria da Petrobras em setembro de 2005. Em seguida, passamos para as fases dois e três. Foi um trabalho muito importante. Podemos ter cometido todos os erros, mas foi um trabalho técnico”, declarou a presidente da Petrobras.
Ora, há muitas declarações desconexas nessa fala, que acompanhada de forma contemplativa pela chamada base aliada, a qual não se importa com o contínuo assalto ao bolso do contribuinte. Se o projeto da refinaria Abreu e Lima seguiu critérios técnicos, alguém cometeu erros imperdoáveis na elaboração do mesmo. Ou, então, a diretoria que aprovou o projeto agiu de má fé diante de algo estapafúrdio.
A Polícia Federal, por sua vez, investiga, na esteira da Operação Lava-Jato, a atuação criminosa de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, em especial nos contratos da refinaria pernambucana. Após deixar a petroleira, Costa passou a prestar consultoria às empresas que participam da construção da bilionária refinaria Abreu e Lima.
A fala desconexa de Maria das Graças Foster, que estava visivelmente nervosa e não convenceu, foi reforçada pela nova prisão de Paulo Roberto Costa, que, de acordo com a Justiça Federal, mantém US$ 23 milhões em uma conta bancária secreta na Suíça e poderia fugir a qualquer momento do País.
14 de junho de 2014
ucho.info
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