"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

DEU NO NEW YORK TIMES: O BRASIL DOS FIASCOS


O jornal norte-americano diz que o atraso nas obras da Copa são apenas uma faceta da desordem sistêmica e da fraqueza do modelo de capitalismo de Estado:
 
Uma ampla reportagem publicada neste domingo pelo jornal “New York Times” aponta que o atraso e o elevado custo dos estádios para a Copa do Mundo são apenas parte de um problema maior de obras de infraestrutura que estão abandonadas ou estagnadas no Brasil.
Com o título “Do boom à ferrugem”, o texto aponta a desaceleração do crescimento econômico como o pano de fundo de uma série de obras em atraso ou abandonadas, como a ferrovia Transnordestina, parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o museu do ET de Varginha (MG), construído com recursos federais, as plantas de energia eólica sem conexão com as linhas de transmissão de energia até um parque abandonado em Natal (RN) e o hotel Glória, no Rio, que recebeu financiamento do BNDES.
“Os fiascos estão se multiplicando, revelando uma desordem que é infelizmente sistêmica. Estamos despertando para a realidade que imensos recursos foram desperdiçados em projetos extravagantes enquanto nossas escolas públicas ainda são uma bagunça”, disse ao “New York Times” o diretor da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco. “Muitas obras nunca mereceram dinheiro público”, afirmou ao jornal o professor do Insper, Sérgio Lazzarini.
A ferrovia Transnordestina é um dos casos citados para explicitar aumento dos custos de produção. Em 2006, quando foi lançado, o projeto era estimado em US$ 1,8 bilhão, mas agora a expectativa é de custo de US$ 3,2 bilhões.
 
O jornal cita a redução da avaliação de crédito do Brasil em março pela agência Standard & Poor’s e o recuo recente do apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff em pleno ano eleitoral.
 
Muitas das obras de infraestrutura, lembra o “New York Times”, foram iniciadas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente admitiu os atrasos nos projetos, mas ponderou que o país ficou décadas sem investir, o que exigiu que muitas vezes se partisse do início.
 
O texto, no entanto, aponta que muitos críticos acreditam que essa incapacidade concluir grandes projetos revela a fraqueza do modelo de capitalismo de Estado no Brasil.
 
(O Globo).
 
14 de abril de 2014
in blog do orlando tambosi

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