A menos de dois meses do início da Copa do Mundo, o Brasil continua a dar provas de desorganização tanto nos preparativos para o evento quanto na administração de seu próprio futebol.
São notórios os atrasos na entrega dos estádios e de obras de infraestrutura urbana. Algumas foram transferidas para depois do torneio, e outras, canceladas.
Em visita ontem ao Itaquerão, palco de abertura do Mundial, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu, resignado, que o cronograma está apertado e que a arena será entregue no último minuto.
"O importante é o Brasil estar pronto", disse o cartola diante do fato consumado, num aparente esforço para evitar novos conflitos verbais com a organização local.
Na realidade, importante para o país --já no foco das atenções da imprensa internacional-- teria sido cumprir suas promessas dentro dos prazos e custos previstos, sem deixar incertezas acerca de sua capacidade de assumir compromissos de tal envergadura. Afinal, há uma Olimpíada pela frente.
Apesar dos problemas e improvisações, a realização da Copa no Brasil não parece fadada a fiasco. Os jogos acontecerão e o torneio chegará a termo, ainda que aquém das condições ideais.
Infelizmente, prevaleceu mais uma vez a cultura nacional da falta de planejamento, das decisões postergadas até a undécima hora, dos orçamentos estourados e das injunções políticas que se sobrepõem ao interesse público.
Nesse cenário de negligências, o futebol brasileiro, que em tese deveria beneficiar-se da Copa para engendrar um salto organizacional, continua a ser gerido de maneira confusa e amadorística.
Depois de um início de ano marcado por torneios estaduais pífios e deficitários, o Campeonato Brasileiro teve início sob a ameaça de desavenças e conflitos judiciais. A decisão da Justiça esportiva de punir a Portuguesa pela escalação irregular de um jogador, na competição do ano passado, levou a agremiação paulista à Série B. A situação gerou descontentamentos e disputas na Justiça comum.
A crise, ainda sem desfecho, só reforça a percepção de que o futebol nacional, técnica e financeiramente debilitado, permanece distante do patamar profissional de centros mais avançados, como a Europa, onde, não por acaso, atuam os principais atletas do país.
São notórios os atrasos na entrega dos estádios e de obras de infraestrutura urbana. Algumas foram transferidas para depois do torneio, e outras, canceladas.
Em visita ontem ao Itaquerão, palco de abertura do Mundial, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu, resignado, que o cronograma está apertado e que a arena será entregue no último minuto.
"O importante é o Brasil estar pronto", disse o cartola diante do fato consumado, num aparente esforço para evitar novos conflitos verbais com a organização local.
Na realidade, importante para o país --já no foco das atenções da imprensa internacional-- teria sido cumprir suas promessas dentro dos prazos e custos previstos, sem deixar incertezas acerca de sua capacidade de assumir compromissos de tal envergadura. Afinal, há uma Olimpíada pela frente.
Apesar dos problemas e improvisações, a realização da Copa no Brasil não parece fadada a fiasco. Os jogos acontecerão e o torneio chegará a termo, ainda que aquém das condições ideais.
Infelizmente, prevaleceu mais uma vez a cultura nacional da falta de planejamento, das decisões postergadas até a undécima hora, dos orçamentos estourados e das injunções políticas que se sobrepõem ao interesse público.
Nesse cenário de negligências, o futebol brasileiro, que em tese deveria beneficiar-se da Copa para engendrar um salto organizacional, continua a ser gerido de maneira confusa e amadorística.
Depois de um início de ano marcado por torneios estaduais pífios e deficitários, o Campeonato Brasileiro teve início sob a ameaça de desavenças e conflitos judiciais. A decisão da Justiça esportiva de punir a Portuguesa pela escalação irregular de um jogador, na competição do ano passado, levou a agremiação paulista à Série B. A situação gerou descontentamentos e disputas na Justiça comum.
A crise, ainda sem desfecho, só reforça a percepção de que o futebol nacional, técnica e financeiramente debilitado, permanece distante do patamar profissional de centros mais avançados, como a Europa, onde, não por acaso, atuam os principais atletas do país.
25 de abril de 2014
Editorial Folha de SP
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