"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

DISQUE LIBERDADE


Contrária ao modelo do programa Mais Médicos, um dos principais do gestão Dilma Rousseff, a AMB (Associação Médica Brasileira) criou uma iniciativa para reter e fixar no país o médico estrangeiro que deixar o programa. Ela prevê até um "disk-deserção": por um celular 24 horas, o estrangeiro pode solicitar assistência para se desvincular do programa. Procurado, o Ministério da Saúde não quis se pronunciar.

Lançado em junho, o Mais Médicos utiliza profissionais com diplomas estrangeiros, visando reduzir o deficit no interior ou nas periferias. Para entidades médicas, entre elas a AMB, esses profissionais podem ter conhecimentos insuficientes e são trazidos sem critério de avaliação. Essa oposição, porém, não encontrou eco na população, que aprovou a vinda dos estrangeiros, segundo pesquisas.

A iniciativa da AMB é mais um capítulo desse embate. Ela prevê que o estrangeiro receba apoio jurídico no julgamento de pedidos de asilo ou refúgio e conte com aulas on-line para prestar o Revalida, o exame que reconhece o diploma estrangeiro --participantes do Mais Médicos têm permissão específica. A associação afirma ainda que vai ajudar financeiramente o desertor por meio de parcerias com empresas e entidades médicas.

O presidente da AMB, Florentino de Araújo, diz que tomou a iniciativa após a deserção, na semana passada, da cubana Ramona Rodriguez. "Ela nos disse que teve a liberdade cerceada. Só podia sair de casa para trabalhar. Se fosse viajar, teria de notificar seu supervisor em Belém. Ao nosso ver, isso significa que o governo patrocina um modelo análogo à escravidão."

Contratada pela AMB para prestar assessoria, Ramona segue à espera do julgamento do pedido de refúgio no país. Após o caso dela vir a público, a AMB diz ter recebido dez novos pedidos de auxílio à deserção de cubanos. Araújo diz que os cubanos terão mais atenção da associação "devido à insegurança jurídica do convênio que os trouxeram ao país". Hoje, atuam no Brasil pelo Mais Médicos 7.400 profissionais cubanos.
 
(Folha de São Paulo)
 
14 de fevereiro de 2014
in coroneleaks

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