"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 1 de dezembro de 2013

UMA SOLUÇÃO INTELIGENTE

 


Enfim, uma palavra ética, inteligente e necessária, na semana que passou: Marina Silva propôs que o Partido Socialista elabore primeiro um programa de governo para depois sair em busca de alianças com outros partidos em torno da provável candidatura de  Eduardo Campos.

Provável, no caso, porque a ex-ministra e senadora ainda permanece no páreo. Apenas em março o PSB definirá o candidato. O governador de Pernambuco ocupa a pole-position, mas garantir, ninguém garante.

A lúcida intervenção de Marina Silva repõe no leito normal ao menos uma das correntes dispostas a disputar o palácio do Planalto, ano que vem. Primeiro é necessário saber o que pretendem os candidatos e seus partidos.  Depois, saber quem se acopla às suas proposições.

Quanto ao restante, vale aguardar. O PSB  nada tem demonstrado de socialismo, nos últimos anos. Nenhuma sugestão para ampliar direitos sociais marcou os discursos de suas bancadas no Congresso. Muito menos seus governadores implementaram projetos voltados para a distribuição de renda.
No máximo, imitaram os dois governos do PT, partindo para o assistencialismo como doutrina. Pode ser essa a meta dos companheiros,  da socialdemocracia, dos partidos de  centro, da direita e outros, se existirem.  Jamais, porém, de acordo com o bom-senso, a ideologia de quem se diz socialista.

Sair atrás de empresários, prometendo-lhes maiores e melhores lucros não é programa de governo socialista. Muito menos  pregar a ampliação das privatizações e da submissão ao capital estrangeiro.

Vamos esperar  as definições de Marina Silva. Caso elas venham a bater de frente com os planos de Eduardo Campos,  como parece evidente, terá chegado a hora da verdade: quem disporá de estruturas maiores para ganhar uma convenção, mantendo uma unidade hoje cada vez mais distante?

UM PELO OUTRO

É cedo para conclusões, mas existem indicações de que a aliança PT-PMDB enfrenta dois obstáculos: Rio e São Paulo. Na antiga capital, caem as ações de Luís Fernando Pesão como candidato do PMDB, crescem as chances de Lindbergh Farias, do PT. Isso, é claro, se conseguirem superar os números do senador Marcelo Crivella.
Em São Paulo, vai ficando claro que  a disputa se dará entre o governador Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre Padilha.
O PMDB ficaria de fora por falta de um candidato de peso, mas entregar os dois maiores estados do país aos companheiros exigirá razoável compensação para o ainda maior partido nacional. Michel Temer que dê asas à imaginação.

01 de dezembro de 2013
Carlos Chagas

Nenhum comentário:

Postar um comentário