Enfim, uma palavra ética, inteligente e necessária, na semana que passou: Marina Silva propôs que o Partido Socialista elabore primeiro um programa de governo para depois sair em busca de alianças com outros partidos em torno da provável candidatura de Eduardo Campos.
Provável, no caso, porque a ex-ministra e senadora ainda permanece no páreo. Apenas em março o PSB definirá o candidato. O governador de Pernambuco ocupa a pole-position, mas garantir, ninguém garante.
A lúcida intervenção de Marina Silva repõe no leito normal ao menos uma das correntes dispostas a disputar o palácio do Planalto, ano que vem. Primeiro é necessário saber o que pretendem os candidatos e seus partidos. Depois, saber quem se acopla às suas proposições.
Quanto ao restante, vale aguardar. O PSB nada tem demonstrado de socialismo, nos últimos anos. Nenhuma sugestão para ampliar direitos sociais marcou os discursos de suas bancadas no Congresso. Muito menos seus governadores implementaram projetos voltados para a distribuição de renda.
No máximo, imitaram os dois governos do PT, partindo para o assistencialismo como doutrina. Pode ser essa a meta dos companheiros, da socialdemocracia, dos partidos de centro, da direita e outros, se existirem. Jamais, porém, de acordo com o bom-senso, a ideologia de quem se diz socialista.
Sair atrás de empresários, prometendo-lhes maiores e melhores lucros não é programa de governo socialista. Muito menos pregar a ampliação das privatizações e da submissão ao capital estrangeiro.
Vamos esperar as definições de Marina Silva. Caso elas venham a bater de frente com os planos de Eduardo Campos, como parece evidente, terá chegado a hora da verdade: quem disporá de estruturas maiores para ganhar uma convenção, mantendo uma unidade hoje cada vez mais distante?
UM PELO OUTRO
É cedo para conclusões, mas existem indicações de que a aliança PT-PMDB enfrenta dois obstáculos: Rio e São Paulo. Na antiga capital, caem as ações de Luís Fernando Pesão como candidato do PMDB, crescem as chances de Lindbergh Farias, do PT. Isso, é claro, se conseguirem superar os números do senador Marcelo Crivella.
Em São Paulo, vai ficando claro que a disputa se dará entre o governador Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre Padilha.
O PMDB ficaria de fora por falta de um candidato de peso, mas entregar os dois maiores estados do país aos companheiros exigirá razoável compensação para o ainda maior partido nacional. Michel Temer que dê asas à imaginação.
01 de dezembro de 2013
Carlos Chagas
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