O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), disse nesta segunda-feira em Maceió (AL) que o PMDB pode apoiar a reeleição de Fernando Collor (PTB) para o Senado no próximo ano, seguindo orientação do Palácio do Planalto: fechar nos estados o apoio dos partidos aliados à presidente Dilma Rousseff. Ex-inimigos, Renan e Collor dividiram o palanque em Alagoas nas duas últimas eleições.
- Eu acredito que o Collor seria um bom candidato ao Senado Federal. Ele tem tido um bom desempenho nas pesquisas e tem feito um bom trabalho em Brasília. Acho possível a inclusão do PTB nesta chapa. Mas, ainda é muito cedo e tudo pode acontecer - disse.
O apoio de Renan não vem por acaso. Há pressão de Collor por uma resposta do presidente do Senado sobre 2014. O ex-presidente ameaça se lançar na disputa ao governo de Alagoas, desmantelando as composições de Renan. O presidente do Senado se aproximava do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) - principal rival de Collor na disputa ao Senado. Mas após a pesquisa CNI/Ibope, divulgada na semana passada, mostrando que a avaliação de Vilela é a sétima pior do país), Renan mudou de lado e manteve o apoio a Collor:
O presidente do Senado desconversa sobre uma possível candidatura dele ao governo.
- Mas esta decisão de disputar está muito cedo. Decidiremos no próximo ano.
Renan apresentou três nomes do PMDB que poderão também concorrer: Luciano Barbosa (ex-ministro da Integração Nacional do governo FHC); o médico cardiologista José Wanderley Neto e o deputado federal Renan Filho. Nos bastidores, este último tem mais chances por causa dos índices baixos de rejeição, nas pesquisas internas do PMDB.
Na coletiva, Renan falou dos projetos votados este ano no Senado e informou que nos próximos dias votará o projeto do governo que muda o indexador das dívidas estaduais. Quatorze estados serão beneficiados, entre eles São Paulo e Alagoas. O principal debate do indexador do saldo devedor é que ao invés do IGP-DI, será cobrado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que mede a inflação oficial no País. A dívida hoje cobrada com o IGP-DI mais 7,5% de juros. Com a mudança, será o IPCA mais 4% de juros. O projeto já foi aprovado pela Câmara.
16 de dezembro de 2013
Odilon Rios - O Globo
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