“Agora veio a público que, numa investigação sobre contas no Exterior, o Ministério da Justiça consultou o Legal Department Cayman Islands Government, aparecendo nada mais nada menos que o nome de José Dirceu de Oliveira e Silva. Por esta, ou aquela razão, o Ministério da Justiça, que requerera esclarecimentos, parece ter sepultado a incômoda revelação e o fato não teve a menor consequência, quer dizer, são fatos, e fatos de suma gravidade e os serviços oficiais da alçada de um ministério de alta responsabilidade e conceito teriam arquivado documento que lhe foi dirigido em resposta a inquirição sua. Tais fatos são bastantes para demonstrar a deterioração das normas da nossa administração, sob o governo que pretendia ser um padrão de excelência. Diante deles poderia o Ministério da Justiça arquivá-los, conservando sem divulgação e sem consequências o fato gravíssimo, sem converter-se em co-resposável nem incidir em prevaricação?”
Paulo Brossard
Paulo Brossard
Eu uma reportagem na Veja sobre o rei dos laranjas do Brasil, Adir Assad, que faturou um bilhão de reais com empresas que não existem, mas que alimentam a corrupção e financiam clandestinamente campanhas eleitorais, também aparece o nome de José Dirceu como consultor de uma dessas “empresas” clientes de Adir, a Sigma Engenharia. Palavras do seu próprio dono na época, Fernando Cavendish: “Se eu botar 30 milhões na mão de políticos, sou convidado pra coisas pra caralho”.
Pois é, se o “guerreiro do povo brasileiro” está preso por outros delitos é por milagre de São Joaquim. Se o próprio ministro da Justiça engaveta os esclarecimentos que ele mesmo pede quando se trata de um membro do PT, imaginem o que fazem na “baixa justiça”, nos MPs e nas delegacias, peneirando desse jeito quem deve ou não ser indiciado. E ai de quem mijar fora do penico: periga até acabar como Celso Daniel.
16 de dezembro de 2013
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