Governo deve tentar segurar inflação até a eleição, mas tem pouca margem de manobra, alerta banco de investimento
RIO - Em ano de eleição, o governo brasileiro deverá se esforçar para manter a inflação abaixo de 6,5% mas sem muita margem para corrigir o curso da política econômica, avalia o banco de investimento Barclays. No início de 2014, o país poderá ter sua nota de crédito rebaixada em um nível, segundo o Barclays, devido à “forte deterioração fiscal, fraca atividade econômica e falta de vontade do governo de promover mudanças na política fiscal de forma crível e concreta”.
Estes fatores, para o banco de investimento, podem “forçar uma nova rodada de depreciação cambial” - a expectativa é que a moeda americana encerre 2013 cotada a R$ 2,35 e o ano que vem, a R$ 2,45. O Barclays também destaca o impacto que deverá ter a decisão do Supremo Tribunal Federal, adiada para fevereiro, sobre as correções das cadernetas de poupança devido às perdas com os planos econômicos das décadas de 1980 e 1990.
Segundo o banco, os risco de testar este nível de R$ 2,45 neste cenário mais adverso não são pequenos.
“Dada a decisão do BCB (Banco Central do Brasil) de estender o programa de intervenções diárias para 2014 e nossa perspectiva mais construtiva para déficit em conta corrente em 2014 (acreditamos que deve encolher para 2,8% do PIB, contra 3,6% este ano), não esperamos uma repetição do stress de maio a setembro, apesar de que o mercado provavelmente ainda se sentirá pressionado”, escreveram os analistas.
Neste cenário, o Barclays avalia que, com a realização da Copa do Mundo de 2014, “uma nova onda de manifestações pode ocorrer que, considerando o cenário econômico mais fraco, pode ter um efeito mais permanente e danoso à popularidade da presidente Dilma”.
10 de dezembro de 2013
Marcio Beck - O Globo
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