O século XXI se iniciou com o estouro de uma bolha de investimentos em novas tecnologias.
As perdas foram colossais, mas concentradas em pouco mais de dois milhões de investidores no Vale do Silício.
A queda das bolsas em 2000-2001 e o colapso dos investimentos em telecomunicações, mídia e internet trouxeram a ameaça de fulminante recuo da produção e do emprego por insuficiência de demanda, desembocando em uma Grande Depressão, como em 1929.
A instabilidade dos investimentos privados na virada do milênio fez ressurgir a extraordinária figura de Keynes
Bush, o Senhor da Guerra, disparou os gatilho fiscal, e Greenspan, o Senhor dos Mercados, o gatilho monetário com juros exageradamente baixos por tempo demasiadamente longo. O experimento parecia bem-sucedido: a reaceleração da economia americana e a sincronização do crescimento global no período 2003-2007 em ritmo superior a 4% anuais, even to inédito no pós-guerra.
Mas “o avanço do conhecimento se dá de antigos problemas para novos problemas” dizia Karl Popper. E tivemos novos problemas em 2008-2009. O crash das bolsas, a crise imobiliária, o crunch do crédito, a quebra do sistema financeiro e a asfixia de mais de 200 milhões de consumidores americanos pelo endividamento excessivo ocorreram após doses exageradas de dinheiro barato.
Sabemos agora o que teria ocorrido nos anos 30 ante o enfraquecimento dos “animal spirits” o instinto vital dos empreendedores, se o Fed, em vez da paralisia, tivesse ido ao outro extremo, o da hiperatividade. Bolhas em série pela garantia de fornecimento da droga.
25 de setembro de 2013
Paulo Guedes
Fonte: O Globo, 13/09/2013
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