No Brasil, é uma ignorância completa falarmos de racismo e igualdade racial. Desde a Proclamação da República está em nossa Constituição que todos são iguais perante a lei. Consequentemente nossa igualdade é jurídica. Racismo tem amparo nas legislações do Estados Unidos, África do Sul e na antiga Rodésia, hoje outro país . Entre nós, o que existe é preconceito social “latu senso”.
Na maioria das vezes, se o indivíduo tem o curso superior, ele se sente, respeitando a redundância, superior a pessoas de menos escolaridade. Os ricos nem se fala,. Quase todos se sentem superiores.
TEM MAIS – Alguém já definiu o que é racismo? Cientificamente é uma raça que se diz superior a outra. Na Alemanha do tempo de Hitler, cultuava-se a superioridade da raça ariana/germânica.
No Brasil, o genoma do povo brasileiro foi decodificado por Danilo Pena, um genetecista mineiro. Diz o Dr. Danilo que a nossa miscigenação vem de quinhentos anos. E que é mínima a quantidade de brancos e negros puros.
Se no Brasil todos fossem obrigados a fazer Exame de Ancestralidade, acabaria essa frescura de racismo. Todos ou quase todos veriam que em sua árvore genealógica está latente o sangue indígena e negro.
NO BAR DO KALIL – Eu frequentava no Leblon o bar do Kalil, que foi presidente do Flamengo. Ele fez um contrato com uma Faculdade para em determinados dias do mês acolher estudantes para tocarem e beberem – enfim, se divertirem.
Eu era amigo da casa, ficava tomando meu uísque, e via um fato curioso. Tinha só um estudante negro. As vezes ele chegava atrasado. Mas quando chegava quase todos corriam para abraçá-lo. Tinha porém um detalhe: Ele chegava sempre elegante, bem vestido, barba escanhoada. Ficava logo sendo o centro da conversa. A razão é simples. Qualquer pessoa de qualquer cor que chegar em um ambiente decentemente vestido com roupa simples será sempre bem vindo.
Agora, seja branco, negro ou índio, se está mal cheiroso e mal vestido, cheio de conversa fiada, não será bem aceito.
ESCRAVOS – Os cativos africanos aqui chegaram vindo primeiro da Ilha da Madeira. Não existe uma data exata. Vieram para Pernambuco, compradoS por senhores de engenho. (Era muito difícil os índios serem dominados e usados sem que fosse na pesca, caça e guerra). Essa a razão de os português pedirem ao Rei de Portugal a permissão para trazerem algumas peças (escravos) para o cultivo de cana.
Possivelmente aqui chegaram entre 1540 e 1550. O certo é que os portugueses colonizadores não trouxeram mulheres e os primeiro brasileiros nascidos aqui foram chamados de “mamelucos” (filhos de portugueses e índias). Depois vieram os cativos da África, que se cruzaram com os portugueses e foram chamados de mulatos. Do cruzamento de índios e negros então nasceram os cafuzos. E fez a miscigenação, como diz Martinho da Vila.
IGUALDADE – Racismo no Brasil é mais uma questão psicológica que atinge a todos nós. É preciso apenas ter esse entendimento: Todos somos iguais perante a lei. Nossa igualdade é jurídica. Tem pilantra, bandido, veado e pedófilo de toda cor.
Para encerrar: o geneticista Danilo Pena diz que nossa “mãe primeva foi uma índia” e que na maioria das mulheres brasileira, se fizerem o Exame de Ancestralidade, será encontrada “a célula mitocondrial que o provará”.
Negros, brancos e índios puros têm a mesma proporção: 0,05%. Somos miscigenados. O resto é frescura.
08 de julho de 2018
Antonio Santos Aquino
Nenhum comentário:
Postar um comentário