É casamento de papel passado. Mesmo sem decisão tomada, a cúpula do DEM já começou a esboçar os termos que precederiam uma aliança com Ciro Gomes (PDT). Dirigentes da sigla avaliam que a adesão de um partido liberal a uma candidatura alinhada à esquerda precisaria incluir concessões de parte a parte bem delineadas. Segundo esse raciocínio, o trato poderia resultar na apresentação de uma carta que explicitasse compromissos com princípios econômicos. Ela seria lida no ato de formalização.
Os quadros do DEM que não se opõem a Ciro dizem que o ingresso do partido na coligação do pedetista seria por si só um gesto enfático ao mercado e poderia representar para ele o que a Carta ao Povo Brasileiro significou para Lula em 2002.
COLÉGIO DE CARDEAIS – A cúpula do DEM vai se reunir na quarta-feira (dia 11) para tentar definir seu rumo na eleição presidencial. O grupo que falará sobre o assunto contemplará integrantes das diversas alas do partido: a que defende Ciro, a que aposta em Geraldo Alckmin (PSDB) e a que prefere Álvaro Dias (Podemos).
Com a discussão restrita a esse grupo, o DEM tentará evitar o desgaste de expor um racha interno no encontro da executiva do partido, previsto para a semana seguinte.
VICE DE BOLSONARO – Nem a indicação de que o general da reserva Augusto Heleno pode ser vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) fez a cúpula das Forças Armadas colocar mais fé na candidatura dele. Militares dizem que o parlamentar, excessivamente franco, fala o que vem à cabeça — e que, nisso, ele e Heleno são iguais.
Heleno, assim como Bolsonaro, é pouco talhado para o trato com políticos. No PSL, hoje, o senador Magno Malta (PR-ES) é a principal aposta para vice. O general da reserva e a advogada Janaina Paschoal, que pediu o impeachment de Dilma Rousseff, aparecem logo depois.
08 de julho de 2018
Daniela Lima
Folha/Painel
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