"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

ELES NÃO SÃO FRANCISCO EM PAZ...

CRIVELLA BLOQUEIA SEU IMPEACHMENT NA BASE DO "É DANDO QUE SE RECEBE"


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Crivella agiu como se fosse católico franciscano
Por 29 votos a 16, maioria absoluta, a Câmara do Rio vetou a abertura do processo para investigar o prefeito Marcelo Crivella. 
O resultado foi comemorado por vereadores da base governista e também pelos manifestantes pró-prefeito que assistiam a sessão extraordinária, que teve a presença de 47 dos 51 vereadores. Não estavam no plenário da Câmara do Rio os vereadores Carlos Bolsonaro (PSC), Chiquinho Brazão (Avante), Marcello Siciliano (PHS) e Verônica Costa (MDB).
Mesmo se fosse aprovado, o prefeito não seria afastado do cargo, e permaneceria na função durante os trabalhos da comissão que teria 90 dias para analisar as denúncias feitas contra o prefeito, que tinham como pano de fundo reportagem de O Globo que na semana passada revelou uma agenda secreta do prefeito com pastores evangélicos na qual ele prometeu uma série de facilidades, como agilidade para cirurgias de cataratas e varizes.
CLIMA TENSO – Com galerias lotadas, a sessão começou pontualmente às 14h. O clima era bastante tenso dentro e fora da Câmara. Em galerias separadas, manifestantes a favor e contra o impeachment do prefeito trocavam palavras de ordem durante todo o tempo que os vereadores discursaram. Enquanto o grupo a favor do prefeito, na Galeria A, gritava “Crivella”, o grupo na Galeria B gritava “fora”. O barulho chegou a atrapalhar os discursos. Cada parlamentar teve apenas cinco minutos para falar.
Enquanto do lado de dentro da Câmara os manifestantes pró-Crivella estavam presentes em peso, do lado de fora a manifestação contra o prefeito tomou conta das escadarias da Câmara. Representantes do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) estão com um carro de som discursando contra o prefeito. Um grupo menor, armado com apenas uma caixa de som, tentava fazer frente ao carro do Sepe, pedindo “fica Crivella” e “fora Freixo.”
ARTICULAÇÕES – O prefeito Marcelo Crivella não perdeu tempo para se articular nos bastidores da Câmara dos Vereadores para recompor sua base e evitar que um processo fosse aberto. A costura política passou, principalmente, pelo fortalecimento do apoio do MDB. Mesmo desgastado no estado por causa dos escândalos envolvendo o ex-governador Sérgio Cabral e as denúncias da Operação Lava-Jato, o partido, que conta com nove cadeiras, ainda é a maior bancada do Legislativo carioca. Para isso, ele convenceu Paulo Messina (PRB) a se manter na Casa Civil e unir a base.
O prefeito também promoveu mudanças no segundo escalão da administração municipal com o objetivo de recompor a base na Câmara do Rio. Na dança das cadeiras, saíram assessores que haviam sido indicados por Rosa Fernandes (MDB), Rafael Aloísio Freitas (MDB) e Marcelo Arar (PTB). Apesar disso, Messina afirma que as trocas já estavam decididas antes da crise atual.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Embora seja evangélico radical e não admite veneração aos santos do Cristianismo, o prefeito Marcelo Crivella mostrou ser seguidor de São Francisco de Assis, que ensinava: “É dando que se recebe”. Crivella ofereceu mundos e fundos aos vereadores, livrou-se do impeachment e ainda fortaleceu sua base, no estilo “toma lá, dá cá”. E o Rio de Janeiro suporta hoje a pior geração de políticos da História Republicana. (C.N.)


13 de julho de 2018
Fábio Teixeira e Selma Schmidt
O Globo

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