Com Lula da Silva na cadeia, a direção do PT trabalha com a possibilidade de lançá-lo candidato no último dia de inscrição (15 de agosto), para usar livremente a imagem dele durante a primeira fase da campanha pelo rádio e TV, que começa no dia 31 de agosto. Com a utilização da falsa candidatura de Lula, o PT acredita que reforçará a campanha e poderá eleger uma das maiores bancadas do Congresso e alguns governadores, além de participar de uma aliança partidária em condições de vencer a eleição presidencial, na chapa de Ciro Gomes (PDT).
A estratégia do PT é brilhante e leva em conta os prazos normais de impugnação das candidaturas na Justiça Federal, para conseguir manter a campanha de Lula até o dia 13 de setembro, quando se calcula que o TSE enfim tenha impugnado definitivamente o registro de Lula e comunicado a decisão ao PT.
FOI ENGANO – Uma oportuna entrevista do ministro Admar Gonzaga ao repórter Daniel Weterman, do Estadão, mostra que a estratégia do PT pode ser facilmente demolida na Justiça Eleitoral. O regimento do TSE não requer que haja denúncia de outro partido pedindo o cancelamento do registro de candidato sem condições de disputar eleição.
Durante debate promovido pelo escritório Bonini Guedes na capital paulista, o ministro indagou: “Convém à democracia que uma pessoa sabidamente inelegível fique na urna, que ela prossiga a sua propaganda eleitoral?”.
Sem citar o nome de Lula em nenhum momento, Admar Gonzaga explicou que não é necessário esperar que algum partido solicite o indeferimento do registro, porque qualquer ministro pode fazê-lo, de ofício (por iniciativa própria).
RAPIDAMENTE – Se algum ministro tomar a iniciativa do indeferimento, diante de fato público e notório (a condenação em segunda instância, o processo andará muito mais rápido e Lula logo perderá a condição de suposto candidato.
É claro que, mesmo assim, o PT poderá usar a imagem de Lula na propaganda eleitoral, para tentar conseguir votos em cima da vitimização dele, mas o efeito não deverá ser o mesmo.
E fica faltando o PT concretizar o lance final da estratégia, que é o apoio do PT à candidatura de Ciro Gomes, para que a legenda trabalhista sobreviva e ainda possa ter algum futuro.
12 de maio de 2018
Carlos Newton
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