Quando engrossou o movimento pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, Lula da Silva compareceu a um ato público em defesa da Petrobras, no auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, e fez um grave ameaça: “Quero paz e democracia, mas também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stedile colocar o exército dele nas ruas”. Stédile, como se sabe, é João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Isso aconteceu em fevereiro de 2015.
Dois anos depois, em maio de 2016, Dilma foi derrubada do poder, mas a promessa de Lula não se cumpriu, porque ele tencionava voltar ao poder na eleição de 2018 e não valia a pena melar o jogo, como se dizia antigamente.
CLIMA DE GUERRA – O tempo passa rápido, Lula sabia que inevitavelmente seria o favorito na disputa eleitoral deste ano, mas não esperava ser atingido tão duramente pela Lava Jato. Hoje, a realidade é outra. O pré-candidato petista está condenado a 12 anos e um mês, sua ordem de prisão foi emitida e já se esgotaram todos os recursos jurídicos possíveis e imagináveis, não há nada a fazer, a não ser incitar as massas ignaras a se sublevarem, para reconquistar o poder na marra.
É justamente isso que está acontecendo. Lula está sitiado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ocupado por militantes que quase mataram um manifestante que tentou defender a prisão do criador do PT.
O clima é de guerra. Stédile atendeu ao apelos de Lula e as tropas sem-terra já bloquearam 50 pontos em rodovias no País, em 16 Estados. De acordo com a direção do movimento, foram mobilizados mais de 15 mil trabalhadores e os bloqueios devem aumentar, paralisando a circulação de mercadorias e de viajantes, para instaurar o caos e prejudicar a atividade econômica.
TEMER EM SILÊNCIO – Encagaçado, como se diz no Nordeste, o presidente Michel Temer não se manifesta, é como se não tivesse nada a ver com o assunto. Não quer desagradar a Lula nem ao PT, comporta-se como se fosse personagem de Voltaire e estivesse no melhor dos mundos.
Outra peça-chave deste jogo do poder também está em silêncio. Sofrendo a progressão de uma doença degenerativa sem cura, imobilizado numa cadeira de rodas e exibindo uma garra de gigante, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, tem dificuldades e precisa de ajuda até mesmo para redigir uma simples mensagem no Twitter. Mesmo assim, segue em frente, mas até agora não se manifestou.
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P.S. – Já estamos no sábado, dia 7, e nada… Planalto e Exército continuam em silêncio. A democracia brasileira está por um fio. Já vivi este mesmo clima em 1964, pensei que estivéssemos livres de novo retrocesso, mas em Brasília, a irresponsabilidade e a desfaçatez abundam. (C.N.)
P.S. – Já estamos no sábado, dia 7, e nada… Planalto e Exército continuam em silêncio. A democracia brasileira está por um fio. Já vivi este mesmo clima em 1964, pensei que estivéssemos livres de novo retrocesso, mas em Brasília, a irresponsabilidade e a desfaçatez abundam. (C.N.)
11 de abril de 2018
Carlos Newton
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