O economista e ex-presidente do Banco Central (BC) Persio Arida será o coordenador da equipe econômica do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pela Presidência da República. A informação foi confirmada nesta quarta-feira, dia 10, por interlocutores próximos ao tucano. Em Brasília, na terça-feira, dia 9, Alckmin disse que o nome já estava definido, faltava apenas “conversar com a noiva”. Portanto, o anúncio oficial ficou marcado para a semana que vem.
Outras possibilidades de “noiva” eram os economistas Roberto Giannetti e Yoshiaki Nakano, da FGV-SP. Os dois vão atuar como consultores e colaboradores de Alckmin durante a campanha. No mesmo evento, o governador voltou a falar sobre seu principal mote na campanha: emprego e renda. Ele também antecipou o juros baixo e o câmbio flutuante como medidas econômicas prioritárias de uma possível gestão.
Segundo fontes, o nome de Persio foi definido em dezembro do ano passado. Ele participou da implementação do Plano Real, na equipe de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda e deve liderar uma equipe formada por outros nomes da área, além de representantes do setor produtivo. O time vai elaborar as propostas para a candidatura do governador paulista.
“GRUPO ECLÉTICO” – Auxiliares de Alckmin afirmam que a equipe deve ser formada por um grupo “eclético” de economistas, além de empresários e acadêmicos. Alckmin apresentou a jornalistas o que chamou de seu “cartão de visitas”, um comparativo de indicadores do Estado de São Paulo, governado por ele há sete anos, com números da realidade do Brasil.
Em um gráfico, é comparado o desempenho das receitas e despesas do Brasil entre 2011 e 2015, onde se pode ver uma queda da receita a partir de 2013, ao mesmo tempo em que as despesas aumentaram. Já no caso de São Paulo, os indicadores apresentados por ele mostram que as curvas de despesas e receitas se mantêm próximas. Apesar de equilibradas, as contas paulistas têm casos de pouca transparência, de acordo com responsáveis por fiscalizá-las.
RESSALVAS – Em junho passado, o Tribunal de Contas do Estado aprovou com ressalvas as contas do tucano. O relator, Antônio Roque Citadini, apontou a falta de informações nas contas apresentadas sobre a renúncia de receitas e incentivos fiscais: não se sabe quem recebeu o benefício e qual é o impacto da isenção de impostos nas contas públicas, em descumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal. Além disso, agentes fiscais do Estado, por meio de seu sindicato, processam o governo Alckmin por uma operação da Companhia Paulista de Securitização que, segundo eles, configura antecipação de receitas, o que representaria pedalada fiscal.
Outro obstáculo no equilíbrio orçamentário paulista é o estoque de R$ 23 bilhões em precatórios, que precisam ser pagos até 2020. O valor quitado em 2016 pelo governo para quitar as dívidas, assumidas após a perda de ações judiciais, foi considerado insuficiente pelo TCE.O governo paulista defende suas práticas orçamentárias e diz que o ritmo de pagamento de precatórios é suficiente.
11 de janeiro de 2018
Renata Agostini
Estadão
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