Quando era menino, o Natal era o encontro da família. A volta da mesa, meu pai, minha mãe, irmãos e os parentes mais próximos. Para mim, era o dia em que comia rabanada feita pela mãe, e aqueles figos secos... Os adultos tagarelavam sobre os acontecimentos da semana, e a vida tinha o sabor de ser eterna.
O mundo era pequeno, ainda não existia a 'aldeia global' e sequer sonhávamos a possibilidade do globalismo, da Nova Ordem Mundial e outras novidades avassaladoras.
O Natal ainda era a imagem do presépio, dos animais, da mangedoura, dos Reis e seus presentes ao Menino Jesus recém chegado, de José e Maria... Ainda se contava a história de Heródes e ficávamos alegres com a fuga do Menino.
Eu não imaginava que aquela Criança seria o porta-voz de uma das mais importantes mensagens, cuja repercussão fundaria a civilização judaico-cristã.
E deitado na palha, o inocente era admirado pelos Reis como a revelação do profeta. Ajoelhados, adoravam-no.
Para nós, crianças, não havia qualquer mistério naquelas histórias sagradas. Tudo era muito simples e os sinais sagrados não causavam qualquer espanto. A infância também tem os seus segredos...
Depois, perdida a doçura da infância, quando a criança se transforma de anjo em ser humano, orgulhosos transformávamos a
Graça em crença, a fé em ceticismo, e resvalávamos para o cego universo da descrença, buscando a verdade na filosofia e na ciência.
De mãos vazias e coração pequeno, naveguei na solidão, sem encontrar respostas para tantas questões fundamentais, aquelas velhas e intermináveis questões, que sempre esbarram na célebre pergunta: "e o que é verdade?".
De Sócrates a Platão, de São Paulo a Santo Agostinho, reencontrei o Mistério. Depois de perambular pelos Evangelhos reencontrei o Sagrado, e desse reencontro, compreendi que não há caminhos possíveis pela razão para se chegar a Ele. O Sagrado não se traduz pela linguagem matemática. É o mais profundo encontro subjetivo do homem consigo mesmo. Um estado de consciência, ou como dizem, um insight, um momento de luz, que nos devolve ao presépio, a natividade.
A História conta muitas histórias sobre Jesus, o Cristo, buscando suas pegadas quando peregrinou por aqui. Da sua face, pouco . conhecemos. Há vagas informações, embora seu rosto seja um dos mais reproduzidos em cenas religiosas. Pura imaginação de artistas.
Mas nada além de meras suposições. Também a História nos apresenta um Jesus humano, o homem, o pregador que andou semeando parábolas, segundo os testemunhos dos apóstolos. E essas parábolas continuam nos encantando com sua sabedoria, que oculta abismos de outros conhecimentos que escapam ao nosso entendimento.
Mas o Natal da nossa modernidade já não reflete mais o seu mistério, pois os homens nos distanciamos do Sagrado, ou melhor, transformamos o Sagrado em seitas, em religiões, cada uma delas portando as suas 'verdades', as suas crenças.
Transformamos, por fim, o Natal numa grande festa pagã, em que bebemos e comemos à farta, e nos presenteamos com mimos comprados nos Shoppings. Transformamos o Sagrado no banquete pagão do consumo, e já não nos damos conta da natividade.
Importamos a neve para os trópicos e tiramos retratos com o bom velhinho...
É... perdemos a inocência.
m.americo
O mundo era pequeno, ainda não existia a 'aldeia global' e sequer sonhávamos a possibilidade do globalismo, da Nova Ordem Mundial e outras novidades avassaladoras.
O Natal ainda era a imagem do presépio, dos animais, da mangedoura, dos Reis e seus presentes ao Menino Jesus recém chegado, de José e Maria... Ainda se contava a história de Heródes e ficávamos alegres com a fuga do Menino.
Eu não imaginava que aquela Criança seria o porta-voz de uma das mais importantes mensagens, cuja repercussão fundaria a civilização judaico-cristã.
E deitado na palha, o inocente era admirado pelos Reis como a revelação do profeta. Ajoelhados, adoravam-no.
Para nós, crianças, não havia qualquer mistério naquelas histórias sagradas. Tudo era muito simples e os sinais sagrados não causavam qualquer espanto. A infância também tem os seus segredos...
Depois, perdida a doçura da infância, quando a criança se transforma de anjo em ser humano, orgulhosos transformávamos a
Graça em crença, a fé em ceticismo, e resvalávamos para o cego universo da descrença, buscando a verdade na filosofia e na ciência.
De mãos vazias e coração pequeno, naveguei na solidão, sem encontrar respostas para tantas questões fundamentais, aquelas velhas e intermináveis questões, que sempre esbarram na célebre pergunta: "e o que é verdade?".
De Sócrates a Platão, de São Paulo a Santo Agostinho, reencontrei o Mistério. Depois de perambular pelos Evangelhos reencontrei o Sagrado, e desse reencontro, compreendi que não há caminhos possíveis pela razão para se chegar a Ele. O Sagrado não se traduz pela linguagem matemática. É o mais profundo encontro subjetivo do homem consigo mesmo. Um estado de consciência, ou como dizem, um insight, um momento de luz, que nos devolve ao presépio, a natividade.
A História conta muitas histórias sobre Jesus, o Cristo, buscando suas pegadas quando peregrinou por aqui. Da sua face, pouco . conhecemos. Há vagas informações, embora seu rosto seja um dos mais reproduzidos em cenas religiosas. Pura imaginação de artistas.
Mas nada além de meras suposições. Também a História nos apresenta um Jesus humano, o homem, o pregador que andou semeando parábolas, segundo os testemunhos dos apóstolos. E essas parábolas continuam nos encantando com sua sabedoria, que oculta abismos de outros conhecimentos que escapam ao nosso entendimento.
Mas o Natal da nossa modernidade já não reflete mais o seu mistério, pois os homens nos distanciamos do Sagrado, ou melhor, transformamos o Sagrado em seitas, em religiões, cada uma delas portando as suas 'verdades', as suas crenças.
Transformamos, por fim, o Natal numa grande festa pagã, em que bebemos e comemos à farta, e nos presenteamos com mimos comprados nos Shoppings. Transformamos o Sagrado no banquete pagão do consumo, e já não nos damos conta da natividade.
Importamos a neve para os trópicos e tiramos retratos com o bom velhinho...
É... perdemos a inocência.
m.americo
Nenhum comentário:
Postar um comentário