"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

À MEIA-NOITE, COMEÇOU A FOLIA DE REIS, A ARTE DE PAGAR PROMESSAS E ALCANÇAR GRAÇAS

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Os Reis Magos são os personagens principais 
As festas natalinas de Minas Gerais, São Paulo e em alguns municípios do Rio de Janeiro mantêm viva a tradição da folia de reis ou companhia dos santos reis. O folguedo procura reproduzir a viagem dos Reis Magos a Belém para adorar o Menino Jesus, enquanto os palhaços mascarados tentam desviá-los do caminho apontado pela Estrela do Oriente.
Além do sentido bíblico, as folias têm também a função de “pagar uma promessa” ou “alcançar uma graça”. Por isso, é necessário que elas saiam às ruas por um período mínimo de sete anos, depois dos quais os foliões estão “desobrigados” com a folia.
Os foliões partem à meia-noite do dia 24 de dezembro e encerram sua jornada no Dia de Reis, 6 de janeiro. A caminhada é realizada somente aos sábados, domingos e feriados. À frente da folia segue a bandeira, o estandarte empunhado e defendido pelos “alferes”. É ela o símbolo maior, armada com paus em quatro, papel de seda, rosas artificiais que emolduram estampas religiosas, quase sempre os Magos montados em camelos sob a luz da Estrela do Oriente.
Em primeiro plano, vão os cantores e músicos, vestidos com uniformes. Durante a jornada marcham a passo lento em formação militar. Os instrumentos mais comuns são a viola, o cavaquinho, a sanfona, o triângulo, o pandeiro, e o bumbo. O Mestre, chefe responsável por toda a organização do folguedo, canta e improvisa versos, com a ajuda do contramestre, acompanhados, em sua maioria, por resmungos fanhosos dos demais integrantes.
Ao lado da bandeira, ou atrás dela, sem nunca passar-lhe à frente, seguem os palhaços, saltando, dançando, recitando chulas e fazendo brincadeiras. Com originalidade eles confeccionam suas roupas e máscaras. Os rostos devem estar sempre cobertos e os pés descalços.
Os palhaços têm a obrigação de tirar os sete anos, pois têm parte com o diabo, eles são os soldados de Herodes e somente através da árdua penitência das máscaras poderão livrar-se dos seus influxos maléficos.
Para a confecção das máscaras usam latas, peles de animais ou panos, ornamentados com dentes, bigodes, narizes, orelhas, chifre e guizos de forma a provocar a hilaridade de quem os vê. Os palhaços são a grade atração da folia, rodeados sempre pelas crianças e curiosos, quando a bandeira se detém à porta de alguma casa amiga.
Feitos os entendimentos, a folia de reis entra nas casas. Na sala, o agradecimento pela hospitalidade e pela contribuição, em dinheiro, do chefe da família, é feito através de cantoria. “Minha bandeira se adespede, vai no giro de Belém. Adeus, senhores e senhoras, até pro ano que vem”.

25 de dezembro de 2017
Paulo Peres

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