Acho que nem deveria, mas vou insistir na minha sugestão de dois pontos para o governo começar a reduzir essa problemática de déficit público. A primeira medida, urgente e moralizadora, seria cancelar totalmente a possibilidade de haver qualquer programa Refis (Refinanciamento Fiscal) no governo. Antes de mais nada, é uma questão moral das mais sérias, pois a existência de Refis sinaliza para os corretos pagadores de tributos que mais uma vez eles estão fazendo papel de otários. Boa parte dos agentes econômicos já percebeu isso e simplesmente está deixando de recolher tributos, para pagá-los depois, sem juros e multas, em suaves parcelas. Talvez seja o fator principal da queda de arrecadação, mais do que a própria recessão.
A segunda medida seria sinalizar claramente que tem um objetivo de diminuir a carga tributária que se aproxima de 40% do PIB,para no máximo uns 25% Essa diminuição tem que ser lenta, gradual e da maneira mais ampla possível, sem eleger setores ou “amigos do rei” com renúncias fiscais.Se os agentes econômicos começarem a acreditar nessa medida, automaticamente o crescimento volta e com ele a arrecadação tributária dos três entes federados(União, Estados e municípios)
A meu ver, são basicamente essas duas providências que poderão começar a resolver o problema do deficit fiscal.
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UMA TERCEIRA MEDIDA
Wilson Baptista Junior
UMA TERCEIRA MEDIDA
Wilson Baptista Junior
Há um terceiro ponto, cujo efeito psicológico positivo ultrapassa de muito o efeito financeiro. Seria a retirada de todos os penduricalhos salariais absurdos, que vieram a ser concedidos a servidores do Executivo, Judiciário e Legislativo, que não existem em nenhum país desenvolvido e são um justificado motivo de revolta e descrédito por parte da população.
Talvez os absurdos auxílios alimentação, moradia, compra de livros, despesas médicas ilimitadas, carros com motorista, oferecidos a servidores (e entre eles incluem-se deputados, senadores, juízes, autoridades de toda sorte, nos três níveis de governo, que são servidores do povo, embora há muito já tenham se esquecido disso).
Com salários da ordem de R$ 33 mil por mês, mais de trinta vezes superiores ao salário mínimo nacional, não há necessidade de penduricalhos para se viver com muito conforto. Os cortes desses adicionais aos salários terão pequeno resultado no valor global dos orçamentos públicos, mas haverá um impacto moral gigantesco junto à população que se esfalfa para sustentar essas vantagens indevidas.
13 de agosto de 2017
Willy Sandoval
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