Infelizmente, alguns setores que se dizem de esquerda ou de oposição ao status quo ainda têm uma visão completamente equivocada de atuação e pensam ou agem com vontade de quebrar e destruir lojas, repartições públicas, queimar ônibus e praticar outros atos de vandalismo, como se isso fosse ajudar em alguma coisa a população. Tal comportamento rebelde, mais comum entre os jovens, atesta, isso sim, uma falta de conhecimento político e de maturidade social, demonstrando carência de visão ampla dos acontecimentos, sem analisar de forma crítica o momento geopolítico.
É comum ouvirmos por aí “tem que quebrar tudo”, porque equivocadamente parte-se do pressuposto de que, quebrando isso ou aquilo, tocando fogo em ônibus, saqueando lojas, vai-se dar prejuízo ao patrão, ao empresário, ao capitalista. É uma ingenuidade. Geralmente, quem pago o prejuízo é a seguradora.
Além disso, cumpre salientar que nesses grupos supostamente de esquerda existem também os infiltrados de direita e os provocadores profissionais, que querem ver o circo pegar fogo e prejudicam invariavelmente o povo.
ENGELS ENSINAVA – Vejam o que encontrei nas minhas pesquisas: “Querer abolir a autoridade na grande indústria é querer abolir a própria indústria, é querer destruir as fábricas de fio a vapor para voltar à roca” – Friedrich Engels (1820-1895).
Sabido é que Engels era um grande empresário, um rico industrial, amigo e companheiro de Marx em muitos de seus escritos. O pensamento mencionado acima é um trecho da página 274 de “O Livro das Citações”, de Eduardo Giannetti, editora Cia. das Letras.
Por extensão, se um dos graves problemas nas cidades brasileiras é a questão do transporte público, o ato de queimar um ônibus vai prejudicar os passageiros em geral, especialmente os trabalhadores e estudantes que dele faziam uso. Quebrar uma agência bancária também não vai resolver o problema das altas taxas no mercado financeiro ou na cobrança de juros caros nos cartões de crédito etc. Da mesma forma, incendiar uma loja não vai fazer baixar os preços dos produtos.
A FORÇA DO PROGRESSO – Vejam bem o alerta de Engels. O progresso é importante para a indústria, para o comércio, para a circulação de mercadorias, para gerar empregos. Se voltarmos ao tempo da fiação das rocas para fazer a tecelagem, a perda vai ser imensa para todos, não é por aí que se faz uma nação, não é por aí que se constrói um belo futuro. Ou seja, o princípio das relações éticas entre empregados e empregadores e os usuários dos bens produzidos e consumidos é que constitui o salutar convívio da sociedade e da civilização.
Alegam-se impaciências várias. Entretanto, cada vez mais, concordo com o filósofo Buda: “A paciência é a maior de todas as virtudes”. Com ela, a paciência, construiremos um belo Brasil. Sem ela… desconstruiremos, destruiremos…
A virtude da paciência também deve estar presente em nossas reflexões sociais, econômicas, trabalhistas, educacionais etc. O caminho é este.
31 de agosto de 2017
Antonio Rocha
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