O Executivo federal contrata, em média, mil pessoas por mês, conforme dados do Painel Estatístico de Pessoal (PEP), do Ministério do Planejamento. Esse aumento de servidores vai na contramão do discurso de austeridade fiscal da equipe econômica, avisam especialistas. “É preciso tomar uma atitude para frear esse ritmo de contratações. Caso contrário, o governo não conseguirá equilibrar as contas públicas”, alertou o economista e especialista em contas públicas Bruno Lavieri, sócio da 4E Consultoria.
A força de trabalho dos concursados passou de 581.098 para 588.187 pessoas de janeiro a julho deste ano, de acordo com dados do PEP.
AUMENTO AINDA MAIOR – Em nota, o Planejamento disse que o crescimento “reflete o fluxo de entrada e saída de servidores”, mas enviou dados que mostram um aumento maior ainda. As aposentadorias somaram 15.670, no acumulado do ano. No mesmo período, entraram 11.924 pessoas por concurso e 30.235 por processos seletivos. Foram incorporados 4.387 professores e 4.397 técnicos das universidades. A pasta reforçou que “as autorizações de vagas ocorridas atenderam a situações emergenciais ou àquelas decorrentes de nomeações de concursos já autorizados”.
Há quem reclame de falta de mão de obra e do excesso de cargos comissionados. Segundo Carlos Silva, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores do Trabalho (Sinait), “30% dos cargos estão vagos (menos 1.240 auditores)”. Sílvia Alencar, diretora parlamentar do Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal (Sindireceita), descartou qualquer reforço de pessoal na Fazenda. “Os que apareceram certamente são titulares de cargos de confiança, substitutos dos que votaram contra o presidente”, disse.
FAZENDA GASTADORA – Curiosamente, uma das pastas que mais gastam com pessoal é justamente a da Fazenda. Segundo a assessoria do ministério chefiado por Henrique Meirelles, a incorporação da Previdência é uma das razões do aumento de 6,42% nas despesas com pessoal apenas no mês passado, ritmo acima da inflação no período, de 0,24%.
Evolução de servidores contratados por concurso — cargos ocupados na força de trabalho: janeiro 581.098, julho 588.187. Variação: houve 7.089 contratações.
Quanto custa a folha: R$ 166 bilhões (despesas com pessoal até julho); R$ 22,1 bilhões (gastos somente em julho)
Os que mais gastaram em julho: Exército, 2,69 bilhões (mais 12,19%); Fazenda, 1,42 bilhão (mais 6,42%); Aeronáutica, 1,37 bilhão (mais 6,20%).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os números, fornecidos pelo Ministério do Plenejamento, mostram que o governo Temer/Meirelles está fazendo uma coisa e dizendo que faz outra. É lamentável e desanimador. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os números, fornecidos pelo Ministério do Plenejamento, mostram que o governo Temer/Meirelles está fazendo uma coisa e dizendo que faz outra. É lamentável e desanimador. (C.N.)
27 de agosto de 2017
Rosana Hessel e Vera Batista
Correio Braziliense
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