"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 23 de maio de 2017

MOLINA CLASSIFICOU A PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA DE E INCOMPETENTE


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Molina atuou como se fosse o advogado de defesa
O presidente Michel Temer, através de suas advogados, por temer uma derrota desistiu de tentar suspender o inquérito no Supremo. E por intermédio também de seus advogados contratou o perito Ricardo Molina para desqualificar a gravação de seu diálogo de 40 minutos com o empresário Joesley Batista. O recuo presidencial foi muito bem destacado em seu conteúdo pelas repórteres Carolina Brígido e Cristiane Jungblut, edição desta terça-feira de O Globo. O perito Molina, em entrevista coletiva classificou a Procuradoria Geral da República de ingênua e incompetente. Forneceu ao país um espetáculo absurdo, inclusive quanto à forma de expor seus argumentos.
Ricardo Molina foi contratado para esta missão pelos advogados de Michel Temer. Esqueceu que o fato do presidente da República ter recebido o empresário em sua residência no Jaburu é que representa a parte mais sensível e comprometedora do episódio. Se a gravação fosse retirada do processo não haveria mudança alguma quanto à responsabilidade do presidente da República no obscuro encontro que deu margem a ela.
MAIS DÚVIDAS – A gravação está sendo objeto de análise pela Polícia Federal em razão de a presidente do STF, ministra Carmen Lúcia ter condicionado o julgamento do recurso de Temer à comprovação ou não da autenticidade da fita. Entretanto, com a iniciativa de Michel Temer de retirar o seu recurso encaminhado através do ministro Edson Fachin, surge um fato novo no roteiro do Supremo. Fica no ar a pergunta se o seu recuo poderá ser confirmado, uma vez que foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, que assim se tornou responsável pela matéria.
O fato de a Polícia Federal vir a confirmar a autenticidade do texto gravado, isso esvaziará totalmente a ridícula contestação feita por Ricardo Molina. O perito na entrevista não se limitou à análise da gravação. Ao contrário. Passou a mensagem de considerá-la editada, o que não teria sido percebido também pelo ministro Edson Fachin. Molina tentou assumir um ângulo jurídico do episódio, deixando claro que estava a serviço dos advogados de defesa.
JUIZ E PARTE – É princípio elementar de direito que ninguém pode ser ao mesmo tempo juiz e parte. Princípio também é a desclassificação de um depoente se ele trabalha para um dos lados da questão em foco. Foi justamente isso que Ricardo Molina praticou. Caindo no vazio de sua própria argumentação, enveredou pelo caminho de tachar a deficiência do gravador usado por Joesley Batista como se isso fosse capaz de desqualificar o ângulo moral que prepondera no encontro de 40 minutos no Jaburu.
Molina atribui à forma um valor de maior peso do que o que se encontra no conteúdo da gravação. Quem assistiu a entrevista de Molina, ao longo de seu desenrolar, chegou a admitir que a qualquer momento o perito contratado pelos advogados de Temer chegaria ao ponto de negar a ocorrência do próprio encontro, causador principal da nova etapa que se abre na crise de poder no país.
A crise não decorre da gravação, em nenhum momento contestada por Michel Temer. A crise de poder é uma consequência da própria atuação do presidente da República. Essa atuação está gravada, isso sim, na consciência da população brasileira.

23 de maio de 2017
Pedro do Coutto

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