"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

MOTORISTA DA GRÁFICA USADA POR DILMA/TEMER DIZ QUE VIROU "LARANJA" SEM SABER


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Jonathan, que era motorista, tenta arranjar emprego
O proprietário da Focal, o empresário Carlos Roberto Cortegoso, testemunha ligada às gráficas que prestaram serviços à campanha de 2014 da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, foi o último a ser ouvido antes do carnaval,  na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em São Paulo. A gráfica Focal é uma das empresas investigadas por supostas irregularidades durante a campanha eleitoral. Cortegoso saiu por volta das 16h15, sem falar com a imprensa. Cortegoso e mais três testemunhas foram ouvidas pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, relator da ação que pede a cassação da chapa Dilma e Temer. Os depoimentos estão sendo realizados por videoconferência, com o ministro em Brasília.
O advogado Marcio Antonio Donizete Decreci, que defende Cortegoso, evitou dar detalhes sobre o que foi dito hoje. “Isso corre sob sigilo e só estou acompanhando”, afirmou. “Carlos esclareceu todos os pontos do trabalho que ele desenvolveu na campanha, em relação ao trabalho da Focal e aos serviços realizados”, disse o advogado. “Ele prestou o serviço, isso eu posso dizer.”
“LARANJA” CONFIRMA – Mais três pessoas foram ouvidas nesta segunda-feira: duas como investigadas, os empresários Rodrigo Zanardo e Rogério Zanardo, da Rede Seg Gráfica, e o ex-motorista de Cortegoso, Jonathan Gomes Bastos, como testemunha.
O ex-motorista, que já havia prestado depoimento no dia 8, esclareceu que, sem saber, foi usado como laranja. Ele contou que está movendo um processo contra a gráfica, onde trabalhou por 13 anos. “Minha vida mudou muito, hoje tenho o nome sujo, estou desempregado. Usaram meu nome em três empresas citadas na Lava Jato [Focal Point, Redeseg e VTPB]. Fui um laranja.”
Jonathan disse que está com dificuldade para conseguir emprego. “Só preciso voltar a trabalhar. O que vai acontecer com eles não me importa, porque eles são ‘peixes grandes’. Tudo bandido, e com eles não vai acontecer nada.”
Sobre o depoimento do ex-motorista, o advogado de Cortegoso preferiu não fazer comentários. “É uma questão que está toda no processo e, neste momento, não quero me manifestar sobre isso.”
TEMER E DILMA – Os advogados do presidente Michel Temer e da ex-presidenta Dilma Rousseff acompanharam os depoimentos na sede do TER paulista. Na saída, Gustavo Guedes, defensor do presidente, disse que esta “foi mais uma audiência extenuante” e que as testemunhas, ouvidas desde as 10h, “em nada contribuem com o objeto desse processo”.
Segundo Guedes, o testemunho do ex-motorista é estranho ao processo. “A relação societária que ele tinha com o senhor Carlos Cortegoso é uma situação estranha a esse processo. O Brasil não pode seguir com esse processo tão importante para o país por conta de uma relação societária de uma gráfica ou de uma empresa que forneceu para a campanha. Na nossa avaliação, este é um tema que deve ser tratado na esfera criminal e tributária, para ver se isso realmente ocorreu, mas um processo dessa natureza, dessa importância, não pode seguir tão somente por conta de uma razão societária, de empresas que forneceram para a campanha.”
Mais uma testemunha ainda deverá ser ouvida pelo ministro por meio de videoconferência. Segundo Flávio Caetano, trata-se de uma testemunha de Minas Gerais, de uma terceira gráfica que prestou serviços para a campanha, a VTPB.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – As provas são abundantes e evidentes. Gráficas-laranjas, sem equipamentos nem funcionários, e sócios-laranjas, como esse motorista, que agora precisa desesperadamente de um novo emprego. Mas nada disso interessa, porque o TSE é tão lento quanto o Supremo, os processos se eternizam, o tribunal não consegue nem mesmo analisar as prestações de contas dos partidos, que se acumulam desde a década passada. Portanto, o TSE se tornou também uma corte-fantasma, e fica tudo por isso mesmo. (C.N.)

22 de fevereiro de 2017
Flávia Albuquerque e Elaine Patricia Cruz
Agência Brasil

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