O empresário José Yunes, em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, esclareceu o ocorrido citado em delação premiada de Claudio Melo Filho, um dos executivos da Odebrecht. Segundo o depoimento, Yunes teria recebido dinheiro vivo em seu escritório em São Paulo. Ex-assessor especial de Michel Temer e amigo pessoal do presidente, José Yunes foi de forma espontânea à Procuradoria-Geral da República para se mostrar disposto a colaborar para o esclarecimento dos fatos.
“Me dirigi à PGR para a apuração rigorosa dos fatos. O delator, Claudio Melo: não tive a mínima relação direta ou indireta e aí minha apresentação espontânea junto à procuradoria”, contou à Jovem Pan.
Yunes disse ainda que irá pedir uma espécie de acareação com o delator. “O delator Claudio Mello, quando ele apresenta o depoimento dele… eu gostaria até de ser acareado com ele, porque não o conheço. Nunca tive relação com ele ou funcionário e diretor da Odebrecht”, esclareceu o empresário.
JANTAR NO JABURU – No depoimento, o ex-executivo da empreiteira afirmou que participou de jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, Temer e Eliseu Padilha.
Neste momento, segundo o delator, Temer havia pedido apoio financeiro ao PMDB na campanha de 2014. Melo Filho disse que pagaria R$ 10 milhões, sendo combinado que R$ 4 milhões ficariam sob responsabilidade do agora ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
De acordo com a delação, um dos pagamentos foi feito na sede do escritório de advocacia de Yunes, no Jardim Europa, zona sul de São Paulo.
“Padilha, à época, telefonou-me e perguntou se poderia receber em meu escritório se uma pessoa poderia entregar um documento e outra iria levá-lo. E foi o que ocorreu. O Padilha pediu que uma pessoa iria entregar um documento. Para surpresa minha, no dia, o Lucio Funaro [tido como operador do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha], que eu não conhecia, foi ao meu escritório, e eu recebi, ele me entregou o pacote. Que não era grande. Como eu poderia colocar em suspeição o conteúdo do pacote? Depois de 40, 50 minutos, foi uma outra pessoa e pegou o pacote. Não foi identificada a outra pessoa. Foi muito rápido”, disse.
YUNES À DISPOSIÇÃO – Yunes relatou ainda seu incômodo com a situação e defendeu que o caso fosse investigado. O empresário dispôs-se ainda a prestar quantos depoimentos forem necessários. “Já estou com advogado e me propus a ir à Procuradoria e dar quantos depoimentos forem necessários para elucidar os fatos e preservar minha honra”.
Questionado ainda se estava se sentindo traído por Padilha, o empresário José Yunes pediu esclarecimentos: “Eu diria que após o fato, eu esperava dele [Padilha] um esclarecimento. Algum gesto de reconhecimento do problema que foi criado para mim. Isso me deixou realmente um pouco confuso e eu diria decepcionado. Porque realmente as consequências disso foram altamente danosas”.
Yunes declarou ainda que conversou pessoalmente com o presidente Michel Temer sobre o ocorrido. “Dei os detalhes para ele do fato ocorrido e do meu depoimento. Ele sabe que foi assim que aconteceu e falou: nada como ficar com a verdade”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bem, as coisas estão melhorando. Se Yunes propõe ser acareado com o delator Cláudio Melo Filho, certamente aceitará também a acareação proposta pelo doleiro Lúcio Funaro. Vai ser sensacional, verdadeiramente imperdível. (C.N.)
26 de fevereiro de 2017
Deu na Jovem Pan
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