É um grupo carnavalesco politizado, que este ano completou cinco anos de folia, trazendo referências bem-humoradas ao ideário da esquerda internacional. As marchinhas clássicas são inspiração para novos hinos, como ‘Se Você Pensa Que Orloff É Água’ e ‘O teu discurso não nega, machista’.
Se durante a Guerra Fria o bloco soviético designava os países alinhados à URSS, no carnaval de São Paulo o Bloco Soviético arrasta foliões desde 2013 com referências bem-humoradas ao ideário da esquerda internacional. Neste carnaval o bloco aproveitou seu cortejo anual na capital paulista para fazer uma homenagem ao centenário do evento que é sua fonte de inspiração: a Revolução Russa.
COM TRIO ELÉTRICO – Fundado em 2013 por um grupo de amigos, entre eles a cantora Vange Leonel (1963-2014) e sua companheira, a jornalista Cilmara Bedaque, o bloco reuniu em seu primeiro ato cerca de 200 foliões. Em 2016, acompanharam o bloco cerca de 5 mil pessoas, partindo do bar Tubaína, na rua Haddock Lobo, para um desfile na região da Augusta-Consolação.
Em 2017, o bloco celebra os cem anos da Revolução Russa com um trio elétrico de 13 metros de comprimento com banda ao vivo e bateria com 20 instrumentistas, segundo o blog Socialista Morena.
As clássicas marchinhas de Carnaval são inspiração para novos hinos, como “Se Você Pensa Que Orloff É Água” (cantada no ritmo de “Cachaça não é Água”). A crítica aos reacionários e à direita racista aparece em “Reaça Escravocrata” (versão de “Mulata Iê-Iê-Iê”) e, aos machistas, em “O teu discurso não nega, machista”: “O teu discurso não nega, machista / perder privilégio é uma dor / só quero andar tranquila na pista / a opressão não é amor”.
“PRAÇA VERMELHA” – Outro clássico do Carnaval, “Máscara Negra”, de Zé Keti e Pereira Bastos, virou “Praça Vermelha”, com referências ao estouro da revolução centenária: “Quanto tiro, oh, que gritaria / Lenin já chegou na estação / Rasputin está chorando / pelo amor da tzarina / no meio da multidão”, diz a letra.
Já o chamado ao golpe comunista no Brasil está na versão soviética de “Turma do Funil”: “Chegou revolta no Brasil / só vai dar proleta e ninguém mais bate ponto / hahahaha, e ninguém mais bate ponto / não vão extorquir, de nós, nem mais um conto”. (fonte: site Opera Mundi)
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Espalhados pelo país, desfilam muitos blocos de esquerda. Em Porto Alegre, por exemplo, há o “Bloco da Laje” e o “Bloco da Diversidade”, que já são tradicionais. No Rio de Janeiro, existem há vários blocos esquerdistas, como o “Nada deve parecer impossível de mudar”, que ganhou notoriedade durante a campanha de Marcelo Freixo (PSOL) à Prefeitura do Rio, em 2012, e por comparecer a manifestações populares de junho. Ou seja, comunista também gosta de samba. (C.N.)
26 de fevereiro de 2017
Deu no Portal Vermelho
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