Leiam as declarações estúpidas e estarrecedoras emitidas recentemente por “autoridades” do governo federal. A primeira é do secretário Moreira Franco, responsável pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Nesta quarta-feira, 16/11, por ocasião da renovação dos contratos de concessão dos portos de Paranaguá e Salvador por mais mais 25 anos (esse pacote de bondades faz sentido pois, afinal de contas, o Natal está ai). Moreira disse textualmente à “Voz do Brasil” que “num país da extensão do nosso, a ferrovia JAMAIS será o modal em que as pessoas se movimentarão pelo Brasil, mas ela é indispensável, fundamental, para mobilidade da produção agrícola…”
Apelidado nos anos 1980 pelo então Governador Leonel Brizola de “Gato Angorá”, esse felino nunca deve ter viajado – ou ouvido falar – dos milhares de trens de passageiros que circulam pela Rússia, China, Canadá e EUA, para citar somente países de grandes dimensões territoriais, onde os trens de carga e passageiros convivem de forma harmoniosa. Só por aqui, esses idiotas planejam ferrovias somente para carga. Enquanto isso, nossas estradas vão matando um Vietnan por ano.
A outra pérola foi dita pelo seu secretário de coordenação do PPI, Tarcísio de Freitas ao Jornal Folha de S. Paulo em 9/11, sobre a Ferrovia Bioceânica: “Quem sabe em 2.450, depois do Armagedom”, ironizou. Com certeza esse pateta desconhece o Projeto do Eixo Capricórnio, elaborado às custas dos BNDES em 2011, que prevê o uso da malha Sul para interligar os dois oceanos. É mais barato e de menor distância e tem pré-estudos confiáveis encomendado pelo BNDES. Ao que parece, esse denso estudo do Eixo Capricórnio nunca chegou à Brasília (os papéis foram para o lixo?).
Por essa duas declarações, vemos que esses homunculus publicus não estão muito comprometidos com as ferrovias de carga e, muito menos, com o transporte de passageiros em média e longa distância. Oremos, pois!
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanlihas. O autor Antonio Pastori é considerado um dos maiores especialistas do país em Engenharia Ferroviária)
19 de novembro de 2016
Antonio Pastori
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