"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

DEPUTADO PROPÕE QUE IMPOSTO DE RENDA SUSTENTE OS PARTIDOS E SUAS CAMPANHAS


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Charge do Sinovaldo, reprodução do Jornal VS













Com partidos e campanhas vivendo o impacto da crise econômica e da proibição das doações de empresas, o deputado federal Marcus Pestana (PSDB) encontrou a saída no bolso do contribuinte. O parlamentar mineiro apresentou à Câmara um projeto parar criar o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), com R$ 3 bilhões anuais, exclusivamente com dinheiro público, proveniente do pagamento de impostos.
A novidade – um dos pontos da reforma política em debate – substituiria o atual Fundo Partidário e seria responsável por bancar todas as campanhas do país, além de custear as despesas de manutenção dos partidos. A doação de pessoas físicas, por exemplo, ficaria proibida. O PL 6.368/2016 prevê que a União desembolse R$ 3 bilhões ao ano, valor 300% superior aos R$ 737 milhões que serão destinados às siglas neste ano.
O montante, segundo o texto que tramita na Câmara Federal, viria de 2% do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Os cálculos, diz Pestana, consideraram os gastos nas eleições municipais de 2012, e presidenciais de 2014, as mais caras da história, e não as eleições deste ano, mais baratas.
“Democracia tem um custo, e só existem três fontes: empresas, pessoas ou algum fundo público. No caso das empresas, depois da Lava Jato, até o caixa 1 foi criminalizado. Não há aumento de carga tributária”, defende Pestana. O deputado justifica que o contribuinte seria “protagonista” porque poderia definir, na declaração do IR, para qual sigla destinar até 70% de sua contribuição.
Bombardeio. Apesar da defesa, analistas criticam a proposta. O cientista político da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Flávio Testa considera o modelo um retrocesso. Ele acredita ser uma estratégia para retornar às campanhas caras. “Em todos esses anos, as campanhas foram custeadas com recursos públicos. A Lava Jato provou que as doações de grandes empresas eram propinas disfarçadas. Agora, eles querem institucionalizar que a população pague toda a campanha”, afirmou.
Testa defende a extinção do Fundo Partidário atual: “Os partidos se acostumaram a contar com dinheiro fácil. Eles precisam reforçar suas bases e buscar o financiamento com pessoas físicas que acreditam nas suas ideias”.
O idealizador do Projeto de Lei da Ficha Limpa, o advogado de direito eleitoral Marlon Reis, defende o financiamento público de campanha, mas avalia que o valor de R$ 3 bilhões é elevado.
“O problema é a forma como ele será realizado. É preciso criar mecanismos para que esse recurso seja distribuído de forma justa e não fique concentrado nas mãos da direção partidária”. Para ele, o ideal seria um financiamento misto, público e com doação de pessoa física.
“É polêmico”, reconhece Pestana. A proposta é de iniciativa pessoal do parlamentar e, hoje, não recebe apoio declarado das duas principais lideranças tucanas de Minas. Os senadores Aécio Neves e Antonio Anastasia informaram que ainda estudam a matéria. O Movimento Brasil Livre (MBL) já se posicionou contrário ao texto.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– O comentarista Carlos Cazé nos enviou esta matéria, com a seguinte mensagem: “Newton, como você diz, era só o que faltava. Ou, digo eu, acredite se quiser!”. Realmente, parece brincadeira. Cazé tem toda razão. O Fundo Partidário já uma excrescência. E agora aparece o deputado Marcus Pestana, que era presidente do PSDB em Minas Gerais, e propõe que aumentado em mais de três vezes o gasto público com os parasitários partidos políticos, que hoje é de R$ 868 milhões e passaria para R$ 3 bilhões em plena crise. Francamente, é decepcionante. (C.N.)


15 de novembro de 2016
Bernardo Miranda e Tâmara Teixeira
O Tempo

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