Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava de perto tudo o que acontecia na estatal
O senador cassado Delcídio do Amaral (PT-MS), que cumpre prisão domiciliar por envolvimento com o esquema de corrupção montado na Petrobras, disse, em entrevista à Rádio JovemPan de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (14), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava de perto tudo o que acontecia na estatal. “A Petrobras sempre teve influencia política. (…) agora, no caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla no governo, era uma política de Estado. A Petrobras como uma alavancadora de desenvolvimento, uma alavancadora do crescimento do país, então isso naturalmente exigia um posicionamento claro e um acompanhamento muito mais próximo do presidente da República.”
Delcídio disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff também tinha conhecimento do que acontecia na Petrobras e que chegou a aconselhá-la diversas vezes. “Por muitas vezes eu conversei com ela sobre isso [Petrobras] e alertando que isso ia acabar batendo nela. Mas ela tinha alguns conselheiros palacianos que tinham uma tese contrária, uma tese de gente que não tem visão de estado, não tem visão política. Isso foi um equivoco fatal. E a vida é implacável pra quem dorme”, contou Delcídio.
O senador cassado disse que vai continuar colaborando com as investigações da Lava Jato e que resolveu delatar quando foi preso e que não precisou ser, e nem foi, pressionado para isso. “Praticamente tomei a decisão sobre a colaboração na primeira semana, no primeiro dia talvez. Quando eu entendi o porquê que tinha ocorrido a minha prisão, eu já reconheci o erro que cometi. Quando eu vi aquele processo todo eu pensei ‘se eu tô atrapalhando vou desatrapalhar (sic)’.”
Delcídio fez questão de ressaltar que não é político de carreira, mas sim engenheiro e que chegou a cargo de executivo: “Tudo o que eu consegui eu consegui suando a camisa”. E que sua delação terá um foco específico, e que, ao contrário do que é dito, ele ‘não vai atirar para todos os lados’. “Como o nível de informação que eu tinha era nível das pessoas grandes, que comandavam, claro, eu era líder do governo e sempre tive uma articulação forte com oposição, com a base, então eu tenho um foco muito claro na minha colaboração. O processo no entorno da ex-presidente Dilma, do presidente Lula, de algumas lideranças políticas como um todo e de alguns partidos políticos de oposição. Eu me restringi a esse universo”, declarou ele ao jornalista Claudio Tognolli, que fez a entrevista na residência do ex-senador.
Durante a entrevista, Delcídio recebeu a notícia de que o ex-presidente Lula entrou com um processo de danos morais contra ele. “Estratégia dos advogados de bater na tese da vitimização e tentando desqualificar, mas nós já esperávamos esse tipo de atitude, não é nenhuma novidade. Só que as investigações já estão muito avançadas em função da colaboração que eu prestei. Portanto [o processo] não alterou absolutamente nada”, avaliou ele.
A JovemPan informa em seu site que a defesa de Lula enviou nota informando que o ex-senador Delcídio do Amaral mentiu sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró e está sendo processado por este motivo. Confira a nota na íntegra:
“O ex-senador Delcídio do Amaral está sendo processado porque mentiu em relação a Lula. A ação proposta no último dia 10/11 diz respeito apenas à mentira sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró. As demais mentiras serão objeto de novas ações. Tal como ele, todos aqueles que forjarem acusação para obter benefícios da Justiça serão processados”.
15 de novembro de 2016
Da Redação
IstoÉ
in resistência democrática
CHAVE: A delação do ex-senador Delcídio do Amaral implica Lula na trama (Crédito: Ana Paula Paiva/Valor) |
O senador cassado Delcídio do Amaral (PT-MS), que cumpre prisão domiciliar por envolvimento com o esquema de corrupção montado na Petrobras, disse, em entrevista à Rádio JovemPan de São Paulo, divulgada nesta segunda-feira (14), que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhava de perto tudo o que acontecia na estatal. “A Petrobras sempre teve influencia política. (…) agora, no caso do governo Lula, a Petrobras teve uma participação muito mais ampla no governo, era uma política de Estado. A Petrobras como uma alavancadora de desenvolvimento, uma alavancadora do crescimento do país, então isso naturalmente exigia um posicionamento claro e um acompanhamento muito mais próximo do presidente da República.”
Delcídio disse ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff também tinha conhecimento do que acontecia na Petrobras e que chegou a aconselhá-la diversas vezes. “Por muitas vezes eu conversei com ela sobre isso [Petrobras] e alertando que isso ia acabar batendo nela. Mas ela tinha alguns conselheiros palacianos que tinham uma tese contrária, uma tese de gente que não tem visão de estado, não tem visão política. Isso foi um equivoco fatal. E a vida é implacável pra quem dorme”, contou Delcídio.
O senador cassado disse que vai continuar colaborando com as investigações da Lava Jato e que resolveu delatar quando foi preso e que não precisou ser, e nem foi, pressionado para isso. “Praticamente tomei a decisão sobre a colaboração na primeira semana, no primeiro dia talvez. Quando eu entendi o porquê que tinha ocorrido a minha prisão, eu já reconheci o erro que cometi. Quando eu vi aquele processo todo eu pensei ‘se eu tô atrapalhando vou desatrapalhar (sic)’.”
Delcídio fez questão de ressaltar que não é político de carreira, mas sim engenheiro e que chegou a cargo de executivo: “Tudo o que eu consegui eu consegui suando a camisa”. E que sua delação terá um foco específico, e que, ao contrário do que é dito, ele ‘não vai atirar para todos os lados’. “Como o nível de informação que eu tinha era nível das pessoas grandes, que comandavam, claro, eu era líder do governo e sempre tive uma articulação forte com oposição, com a base, então eu tenho um foco muito claro na minha colaboração. O processo no entorno da ex-presidente Dilma, do presidente Lula, de algumas lideranças políticas como um todo e de alguns partidos políticos de oposição. Eu me restringi a esse universo”, declarou ele ao jornalista Claudio Tognolli, que fez a entrevista na residência do ex-senador.
Durante a entrevista, Delcídio recebeu a notícia de que o ex-presidente Lula entrou com um processo de danos morais contra ele. “Estratégia dos advogados de bater na tese da vitimização e tentando desqualificar, mas nós já esperávamos esse tipo de atitude, não é nenhuma novidade. Só que as investigações já estão muito avançadas em função da colaboração que eu prestei. Portanto [o processo] não alterou absolutamente nada”, avaliou ele.
A JovemPan informa em seu site que a defesa de Lula enviou nota informando que o ex-senador Delcídio do Amaral mentiu sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró e está sendo processado por este motivo. Confira a nota na íntegra:
“O ex-senador Delcídio do Amaral está sendo processado porque mentiu em relação a Lula. A ação proposta no último dia 10/11 diz respeito apenas à mentira sobre a compra do silêncio de Nestor Cerveró. As demais mentiras serão objeto de novas ações. Tal como ele, todos aqueles que forjarem acusação para obter benefícios da Justiça serão processados”.
15 de novembro de 2016
Da Redação
IstoÉ
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