PDT, PCdoB e PSOL resistem à ideia da frente de esquerda pretendida pelo PT, através do ex-presidente Lula e do ex-governador gaúcho Tarso Genro. Além do desgaste do PT pela Lava Jato, há também os projetos para 2018. No PDT, a candidatura presidencial de Ciro Gomes é dada como certa. O ex-ministro tem rodado o país e participado de campanhas municipais. Apesar de ter se posicionado de forma dura contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Ciro não acredita que receberá o apoio do PT, porque avalia que o partido exigiria em troca uma defesa integral dos governos do partido, o que ele não está disposto a fazer.
“Vamos buscar costurar todas as alianças possíveis, mas a gente não abre mão da candidatura de Ciro” — afirma o presidente do PDT, Carlos Lupi, responsável pelo lançamento do ex-governador cearense.
Assim como o PDT, o PSOL pretende ter candidatura própria em 2018, como parte de seu projeto de afirmação política e criação de identidade. “Uma frente não pode ter como projeto a candidatura única em 2018. Isso é impossível” — avalia o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
SEM APOIO A LULA – Outro empecilho, na visão do deputado do PSOL, é a defesa que as lideranças petistas têm feito da candidatura de Lula em 2018, apesar das investigações da Lava-Jato.
— Apoiar uma candidatura Lula em 2018 é inadequado e não está no nosso horizonte. Nem a gente quer que o PT nos apoie — acrescenta Alencar.
Até no PCdoB, o mais fiel aliado dos petistas no plano nacional, a frente não é vista com entusiasmo. O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) diz que as discussões “estão imaturas” e não vê o PT fazer movimentos que mostrem a intenção de criar uma aliança:
— A presidente do PCdoB, Luciana Santos, foi candidata a prefeita de Olinda e, mesmo assim, o PT fez questão de lançar candidatura isolada na cidade. Os votos que o PT teve eram suficientes para levar a Luciana ao 2º turno. Esse não é o gesto de quem está interessado em uma frente ampla.
PROGRAMA COMUM – Guilherme Boulos, do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), diz que os petistas vão precisar ter uma disposição política que não tiveram até agora:
— Uma frente só se viabiliza com um programa comum. É preciso disposição por parte do PT de rever a estratégia aplicada no último período. Não cabe na estratégia da esquerda uma perspectiva de que reformas populares vão ser feitas em parceria com a elite econômica.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao lançar a candidatura de Ciro Gomes desde o momento em que ele se filiou, o presidente do PDT, Carlos Lupi, se comporta como se fosse dono do partido. Para haver candidatura a presidente, é necessário que haja aprovação em convenção nacional. Mas no PDT é diferente. O presidente do partido escolhe e lança, sem consultar a Executiva, o Diretório e as bases, como se dizia antigamente. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ao lançar a candidatura de Ciro Gomes desde o momento em que ele se filiou, o presidente do PDT, Carlos Lupi, se comporta como se fosse dono do partido. Para haver candidatura a presidente, é necessário que haja aprovação em convenção nacional. Mas no PDT é diferente. O presidente do partido escolhe e lança, sem consultar a Executiva, o Diretório e as bases, como se dizia antigamente. (C.N.)
16 de outubro de 2016
Deu em O Globo
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