Em relatório interno, a Polícia Federal acusou a Polícia Legislativa do Senado de ter tentado impedir a realização busca e apreensão no apartamento funcional ocupado pelo senador Fernando Collor (PTC-AL), realizada em julho de 2015. Enquanto a PF estava no imóvel, os policiais do Senado teriam batido à porta por quatro vezes. Alegavam que, como não foram avisados da operação, a medida era ilegal. Os policiais legislativos também teriam dito que, como o imóvel era funcional, a PF não poderia entrar.
A busca foi realizada na Operação Politeia, derivada da Lava-Jato, por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A delegada Andrea Pinho Albuquerque, que comandou a missão, enviou ofício ao coordenador da operação, o delegado Tiago Delebary, contando o episódio. No relatório, ela disse que os policiais do Senado “perturbaram o bom andamento da diligência”.
OBSTRUÇÃO INSISTENTE – No dia da operação, não tinha ninguém no apartamento e, por isso, a PF solicitou a um chaveiro que abrisse a porta. Minutos depois, três policiais do Senado apareceram para pedir à PF a cópia do mandado de busca e apreensão.
A delegada Andrea conta que advertiu os policiais do Senado, porque usavam trajes ostensivos e viatura caracterizada, em confronto com a decisão de Celso de Mello, que recomendava discrição à PF. Os policiais legislativos teriam ido embora diante do argumento.
Minutos depois, uma nova equipe bateu à porta e as duas equipes discutiram sobre a legalidade da busca e apreensão. A polícia legislativa foi embora, mas retornou em seguida. O novo episódio foi parecido com o anterior e terminou com os servidores do Senado indo embora.
PEITANDO A DELEGADA – Por fim, já perto de concluídas as diligências, bateram novamente à porta, mas a delegada da PF se recusou a atender. Do lado de fora, ouviu gritos: “É a polícia!”.
A delegada decidiu abrir somente quando terminou a busca e apreensão. Na porta, um homem identificado como Ricardo teria impedido a saída da equipe da PF. A delegada conta que protestou, dizendo que era cárcere privado. O policial legislativo sucumbiu e, por fim, deixou os policiais federais passarem.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A audácia e a desfaçatez de Renan Calheiros não têm limites. Na condição de presidente do Senado, ele mandou a Polícia Legislativa impedir a busca e apreensão no apartamento funcional de Collor, como se tivesse poderes para tal. E o pior foi Renan imaginar que não haveria consequências, tudo ficaria por isso mesmo, como se dizia antigamente. Agora, seus leais assessores estão presos e respondendo a múltiplas acusações. Quanto a Renan, continua acreditando que sua impunidade jamais será contestada. Veremos. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A audácia e a desfaçatez de Renan Calheiros não têm limites. Na condição de presidente do Senado, ele mandou a Polícia Legislativa impedir a busca e apreensão no apartamento funcional de Collor, como se tivesse poderes para tal. E o pior foi Renan imaginar que não haveria consequências, tudo ficaria por isso mesmo, como se dizia antigamente. Agora, seus leais assessores estão presos e respondendo a múltiplas acusações. Quanto a Renan, continua acreditando que sua impunidade jamais será contestada. Veremos. (C.N.)
24 de outubro de 2016
Carolina Brígido e Manoel Ventura
O Globo
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