"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

ERA SÓ O QUE FALTAVA, RENAN CALHEIROS AINDA INSISTE EM TENTAR ABAFAR A LAVA JATO


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Charge do Paixão, reproduzida da Gazeta do Povo
Aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiram fazer uma ofensiva contra o Judiciário após a deflagração da Operação Métis, nesta sexta-feira (21|) que prendeu policiais legislativos dentro do Congresso Nacional. Segundo senadores próximos ao peemedebista, a ação da Polícia Federal foi um “desrespeito” ao Senado e exige uma resposta “forte e efetiva” dos parlamentares.
Congressistas relataram à Folha que Renan estava “furioso” com o que chamou de “excessos” da operação e ponderaram que “nem mesmo a ditadura invadiu o Congresso”. Para os senadores, é “complicado” um juiz de primeira instância autorizar a entrada de policiais na Casa.
A avaliação de parlamentares da base do governo do presidente Michel Temer (PMDB) é que a ação abrirá espaço para aprovar o projeto que estabelece punições para autoridades que cometerem abusos.
CERCEAR INVESTIGAÇÕES – O texto, no Congresso desde 2009, é alvo de críticas de integrantes da força-tarefa da Lava Jato e representantes do Judiciário e do Ministério Público, que afirmam que a medida serve para cercear as investigações de operações que atingem políticos.
A proposta foi desengavetada em junho deste ano por Renan, com relatoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR) –ambos investigados pela Operação Lava Jato–, e prevê punições a policiais, procuradores e juízes.
Senadores também cogitam aprovar lei que retira o direito de um juiz receber aposentadoria integral caso seja afastado do cargo por ter cometido ilegalidades.
SAÍDA JURÍDICA – Incomodada com a operação, a cúpula do Senado avalia questionar a legalidade dos procedimentos adotados pela Polícia Federal.
Segundo interlocutores do presidente do Senado, o peemedebista pediu para que seja analisado juridicamente se os mandados de prisão e de busca e apreensão realizados nesta sexta-feira teriam de ser autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Horas após a ação, Renan, que estava no Estado de Alagoas no momento da operação, divulgou uma nota forte, em que afirmava que a Polícia Legislativa atua dentro da lei.
Sem citar a atuação da Polícia Federal, defendeu “independência dos poderes”. Antes de divulgar a nota, Renan conversou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a necessidade de o Supremo Tribunal Federal ter que autorizar a operação. Não houve, porém, consenso entre advogados consultados por ambos sobre a responsabilidade do Supremo no caso.
GEDDEL LIGOU… – Nesta sexta-feira (21), o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) foi o primeiro a entrar em contato com Renan para discutir o ocorrido.
O uso de grampos escondidos pela Polícia Federal nas residências particulares de senadores foi visto com reserva por integrantes do governo. Eles dizem temer um “estado policialesco” no país.
A avaliação de assessores e auxiliares do presidente é de que não faz sentido culpar o governo federal pela operação policial, uma vez que o Poder Executivo não tem poder para impedir o cumprimento de uma autorização judicial e continuará a não interferir nas ações da Operação Lava Jato.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A matéria necessita de tradução simultânea. Onde se lê que “a cúpula do Senado” estaria “incomodada com a operação”, por favor, leia-se “o senador Renan Calheiros”. O prestígio dele no Congresso é cada vez menor, já se sabe que sua derrocada é apenas uma questão de tempo, que transcorre com rapidez impressionante. Dentro em breve, Renan será mais uma carta fora do baralho, como Dilma Rousseff se proclamou, e Delcídio Amaral e Eduardo Cunha já a  acompanharam. (C.N.)


24 de outubro de 2016
Marina Dias, Daniel Carvalho e Gustavo Uribe
Folha

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