Já mostramos aqui na Tribuna da Internet que nunca antes na História deste país tivemos um governo compartilhado, nos moldes da gestão atual. Mas há controvérsias, com dizia nosso amigo Francisco Milani, que o grande diretor Mauricio Sherman adorava. Mas isso é outro assunto. Realmente, tivemos governos semelhantes, notadamente a gestão do presidente Delfim Moreira, que tinha problemas mentais e quem tocou a administração foi o ministro Mello Franco, pai do senador Afonso Arinos. Recentemente, em 2011, surgiu o governo bipolar de Dilma Rousseff e Lula da Silva, quem mandava era ele, isso era fato público e notório.
Mas Dilma conseguiu se libertar, porque Lula teve o câncer e logo em seguida surgiu o escândalo das relações dele com a amante Rosemary Noronha, cuja família inteira era sustentada com recursos públicos, e a parceria Dilma/Lula terminou ali, no início de 2013.
COMPARTILHAMENTO DIFERENTE
Desta vez, o compartilhamento do governo é um pouco diferente, porque Henrique Meirelles ficou com autonomia sobre a parte mais importante, a gestão da política econômica, enquanto Michel Temer passou a cuidar exclusivamente da política administrativa. É uma jogada inteligente, pode até dar certo, mas há controvérsias, diria Milani.
Quem ainda tem um pingo de juízo está torcendo desesperadamente para que o governo Temer/Meirelles dê certo. Mas é preciso reconhecer as imensas dificuldades que estão encontrando, devido à situação caótica herdada da gestão temerária de Dilma Rousseff.
UM PLANO QUASE PERFEITO
Ninguém sabia que Dilma Rousseff seria uma tragédia no governo. Pelo contrário, acreditava-se na alegação de Lula, que a apresentou como uma “gerentona”, a primeira mulher a merecer a Presidência da República. Poucos perceberam que se tratava de um golpe de Lula para evitar o surgimento de uma liderança alternativa no PT. Ao eleger um poste chamado Dilma, ele poderia voltar tranquilamente em 2014.
Parecia um plano perfeito. Mas o poste gostou da brincadeira, tinha altíssima popularidade, todas as mulheres sapiens (a maioria da população) a apoiavam. E muitos homens de neandertal, também. Quando o PT lançou estrategicamente a campanha “Volta Lula” em 2014 e ele exigiu a candidatura, Dilma simplesmente disse não e ameaçou divulgar os extravagantes gastos da amante de Lula no cartão corporativo da Presidência da República, no Brasil e nos passeios ao exterior. Lula teve de desistir e, em nome do PT, apoiou e reelegeu Dilma.
A FALSA DOUTORADA
Dilma Rousseff era uma espécie de versão moderna do presidente Delfim Moreira, mas ninguém sabia. Controlada pelos medicamentos de tarja preta, ela seguiu governando, sem ter um Mello Franco para se apoiar. Contava com a ajuda de Aloizio Mercadante, mas ele fracassou, porque Dilma não cedeu inteiramente a gestão e insistiu em ditar as normas de sua ensandecida “nova matriz econômica” que levaria o país à ruína.
Falsamente doutorada em Campinas, Dilma se julga catedrática e passou a criar espantosas teorias econômicas. Com a cumplicidade do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e do secretário do Tesouro, Arno Augustin, surgiu assim a “contabilidade criativa”, na base da maquiagem das contas, do superdimensionamento das pedaladas fiscais (que já existiam em pequena monta nos governos anteriores) e dos decretos ilegais permitindo despesas não autorizadas pelo Congresso.
A maquiagem era tão grotesca e perigosa que o Tribunal de Contas da União, acostumado a se comportar como eterno cúmplice do Executivo, enfim se viu na obrigação de rejeitar as contas, provocando a derrocada de Dilma Rousseff.
O DESAFIO DA DÍVIDA
O mais deletério efeito das gestões de Fernando Henrique Cardoso, Lula da Silva e Dilma Rousseff foi o progressivo descontrole da dívida pública. Como diria nosso amigo Saulo Ramos, foram três governos de merda, que conduziram o país à bancarrota.
O maior problema passou a ser a escorchante dívida pública, mas ninguém toca no assunto, fica fora da grande mídia. As finanças públicas estão destroçadas e devemos agradecer a FHC, Lula e Dilma, os três mosqueteiros que eram quatro. Agora, cabe à gestão compartilhada Temer/Meirelles resolver este absurdo desafio. Mas eles não parecem dispostos a enfrentá-lo.
Como se sabe, Meirelles está anunciando nesta terça-feira suas metas para a economia. Mas nenhuma palavra deverá ser dita sobre a dívida pública. Esta questão virou tabu, por ser do interesse direto do sistema financeiro, que nunca antes lucrou tanto, na História deste país, beneficiado pelos governos do PT , e que pretende repetir a dose, neste governo-tampão do PMDB, porque Temer e Meirelles podem mexer com todo mundo, à exceção dos banqueiros, é claro..
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PS – Vamos voltar ao assunto, para mostrar que nada mudou nem vai mudar em relação ao sistema financeiro, pois não há novidades na frente ocidental, como dizia o genial escritor alemão Erich Maria Remarque, e o Brasil que se dane… (C.N.)
PS – Vamos voltar ao assunto, para mostrar que nada mudou nem vai mudar em relação ao sistema financeiro, pois não há novidades na frente ocidental, como dizia o genial escritor alemão Erich Maria Remarque, e o Brasil que se dane… (C.N.)
24 de maio de 2016
Carlos Newton
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