Foro privilegiado é herança aristocrática, diz Barroso |
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso defendeu nesta segunda-feira (23) as punições para os crimes de colarinho branco e o fim do foro privilegiado. Ele é um dos convidados do “Fórum Veja”, promovido pela revista em São Paulo. “É preciso acabar ou reduzir o foro privilegiado, ou reservá-lo apenas a um número pequeno de autoridades. É um herança aristocrática”, disse Barroso.
O ministro enfatizou que o processo do mensalão durou um ano e meio e ocupou 69 sessões do STF. “O foro privilegiado leva geralmente à impunidade porque é demorado”, justificou.
Ele afirmou que prazo médio do recebimento de uma denúncia pelo Supremo é de 617 dias, “ao passo que no juízo de primeiro grau o recebimento é de cerca de uma semana”. O ministro também defendeu a criação de uma vara especial em Brasília para julgar políticos com foro com um juiz escolhido pelo STF para centralizar as ações.
“INIGUALITARISMO”
Barroso falou sobre as heranças da história do Brasil que fomentam a corrupção e disse que uma das principais “vicissitude é o inigualitarismo”.
“No Brasil é mais fácil colocar na cadeia um menino de 18 anos por 100 gramas de maconha do que um agente público que tenha praticado una fraude de alguns milhões”.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Como dizia Carlos Imperial, quando dividia com Raul Giudicelli a direção da revista “Fatos & Fotos” e os dois a levaram a bater recordes de vendagem, “sem liberdade para elogiar, nenhuma crítica é válida”.
Assim, depois de esculhambar o ministro Barroso por meses a fio, agora pedimos licença para elogiá-lo, com a máxima vênia. Desta vez, ele tem toda a razão. Chega de foro privilegiado. Aliás, a palavra privilegiado tem de ser expulsa do vernáculo. (C.N.)
24 de maio de 2016
Bela Megale
Folha
24 de maio de 2016
Bela Megale
Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário