"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 15 de maio de 2016

A TURMA DOS CABEÇAS BRANCAS SÓ GOVERNA SE DESAPARELHAR O ESTADO

Cascais, Portugal - Se não desaparelhar a máquina, não governa. Os políticos mais experientes sabem que não tem êxito aqueles que assumem a administração de um estado e contemporizam com a equipe anterior. É o que pode acontecer com Michel Temer se ele não passar o rodo e mandar imediatamente a petezada para casa e começar a trabalhar com austeridade. O PT é formado por militantes radicais raivosos e odientos que vão tentar por em prática o que seu dirigente, o fundamentalista Rui Falcão, propaga: boicotar o trabalho do novo governo e promover o caos para paralisar a máquina pública e, assim, impedir que o país saia do fundo do poço. Para Falcão e seus fanáticos seguidores, o pior é o melhor.

Os cabeças brancas, a turma do Temer, só vão ter sucesso nesses próximos seis meses se limpar o estado, impregnado de sindicalistas pelegos e militantes petistas que infernizam diariamente a vida dos servidores efetivos. Pelo discurso de Temer, na mais desorganizada solenidade de posse de um ministério, tudo indica que ele vai tentar enxugar o tamanho do estado que a Dilma, por absoluta incompetência, anunciava mais não fazia.

Michel Temer apresentou à nação um ministério sem grandes novidades. Preferiu a composição política à técnica. Compôs o governo com os partidos de oposição ao PT, que vão se encarregar de trocar a equipe de cada ministério e dos órgãos afins. Temer, contudo, não surpreendeu o país com caras novas, fora do convívio partidário. À primeira vista, trata-se de uma equipe com poucos talentos, mas com experiência na área pública. O sucesso, entretanto, vai depender do próprio presidente se conseguir gerenciar com competência os auxiliares que convocou para tirar o país do caos econômico e administrativo.

Em princípio, Temer procurou juntar ao seu grupo nomes que não estão envolvidos na Lava Jato. E aqueles mais criticados como Geddel, Padilha e Moreira Franco, ele preferiu escondê-los em funções dentro do Palácio do Planalto. São amigos fieis e companheiros leais em que ele confia para fazer o meio de campo entre o governo e os políticos porque os três têm aceso fácil ao parlamento que já frequentaram.

No discurso de posse, Michel mostrou serenidade e procurou se comunicar com o país de maneira simples e objetiva. Ao contrário da Dilma – que não dizia nada com coisa nenhuma nas suas falas – traçou a linha política do que pretende fazer já nos primeiros dias. E pareceu que sabe o que quer dos seus ministros daqui para frente. Algumas posições dele já chamaram a atenção: o apoio a Operação Lava Jato, a redução dos ministérios e dos cargos comissionados, e a política de aceleração do desenvolvimento para gerar mais emprego e renda.

Os cabeças brancas que cercam Michel são homens experientes na política e na administração. Conhecem a máquina pública porque boa parte deles já esteve à frente de governos. Portanto, o país espera desses homens serenidade, eficiência e, sobretudo, honestidade nessa nova jornada que deve apontar o caminho para o crescimento do Brasil nesses próximos seis meses.

Quanto a Dilma não resta outra alternativa que não a de acompanhar a nova equipe de governo atentamente. No íntimo, vai torcer pelo insucesso para não perder o discurso do golpe e voltar ao poder. Michel, porém, deve ficar atento aos militantes petistas que vão tentar insuflar os movimentos sociais para desestabilizar o governo. E se a Dilma e seus adeptos usarem a máquina pública – recursos, aviões da FAB, carros, assessores, órgãos e prédios federais – para planejar a baderna, o governo deve acionar o STF para limitar os passos dela e assim evitar a anarquia e o desperdício do dinheiro público, já que o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi benevolente ao manter as suas mordomias fora do cargo. Como a Constituição é omissa, cabe ao STF determinar quais os direitos de um presidente fora de suas funções, mesmo que temporárias.



15 de maio de 2016
Jorge Oliveira

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