O cerco aos familiares de Luiz Inácio Lula da Silva, para desestabilizá-lo emocionalmente e induzi-lo a cometer erros que baixem a milagrosa blindagem, está apenas começando.
Há séculos que, nos bastidores da comunidade de informações brasileira, se comenta que a Inteligência da Receita Federal tinha um mapeamento completo sobre a evolução patrimonial de parentes e amigos próximos do Presidentro.
Por que só agora o tal "rigor seletivo" atinge a turma do $talinácio que se transforma em alvo de ataques virulentos desferidos por certos segmentos da mídia amestrada que, até outro dia, eram aliadíssimas dele?
Não há dúvidas de que o bombardeio contra Lula vem de fora para dentro do Brasil.
As principais informações usadas para atingir seus familiares vêm de sofisticadas empresas de inteligência estrangeiras - que apenas utilizam seus tentáculos na máquina gestapiana estatal tupiniquim.
Até outro dia considerado um dos sujeitos com maior arsenal de informações contra inimigos e adversários, agora Lula começa a provar do veneno que tanto curtiu.
Politicamente, pode até ainda ter salvação, porque uma parcela do eleitorado ainda o tem como herói. Moralmente, Lula já era - embora a máquina de trituração não tenha demonstrado a completa coragem para atacá-lo de frente, com provas objetivas e concretas.
Trata-se de um jogo de covardia. Ontem Lula era caçador. Agora, virou caça.
O rigor seletivo obedece àquela cínica máxima segundo a qual "pau que dá em "Chico também dá em Francisco".
Por isso, não é surpresa alguma que a Receita Federal tenha enviado à Justiça Federal um relatório (vazado pela Folha de São Paulo), sugerindo a quebra do sigilo fiscal e bancário do Luis Cláudio da Silva, um dos filhos de Lula.
Já é previsível que novas denúncias também atinjam outro filho de Lula: Fábio Luiz da Silva - "fenômeno" que odeia ser chamado de "Lulinha" pela imprensa.
A nora de Lula já teve o nome citado pelo delator premiado Fernando Baiano, na Lava Jato... E por aí vai...
No Brasil da impunidade, uma denúncia de novo escândalo vai superando a outra.
O problema é que muitos acabam denunciados, alguns processados e muito poucos efetivamente condenados - e, quando o pior acontece, ainda conseguem, depressinha, infindáveis recursos judiciais para não ficarem presos.
Mais grave ainda: não se mexe na estrutura que é a fonte originária de tanta corrupção.
Assim, tudo a que assistimos agora é um mero espetáculo de enxugamento de gelo.
Os poderosos do governo do crime organizado continuam na deles, com todo o poder econômico. Apenas andam mais tensos e incomodados com o cerco da Polícia, da Receita e do Ministério Público.
Lula começa a sofrer a destruição da imagem heróica que construiu. Os efeitos finais dos danos causados ainda não são totalmente previsíveis.
A blindagem pessoal dele continua forte. Mas tudo em torno dele começa a ser desmantelado, desde o partido até aos negócios dos amigos e familiares.
A grande pergunta é: até onde irá o cerco a Luiz Inácio Lula da Silva?
Efeito Dominó no poder
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