O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o empresário Luís Cláudio Lula da Silva, criticou a operação de busca da Polícia Federal nos escritórios da firma do filho de ex-presidente Lula.
A busca foi realizada nos escritórios que sediam a LFT Marketing Esportivo e Touchdown Promoção de Eventos Esportivos, que organiza um torneio de futebol americano.
A operação é desdobramento da investigação da Operação Zelotes, que apura um esquema de um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda.
Zanin Martins pediu à Justiça e à Polícia Federal acesso a todo o material usado para justificar a medida. Ele disse que a falta de acesso aos autos “impede que a defesa possa exercer o contraditório e tomar outras medidas cabíveis”.
ATIVIDADE LÍCITA
“A busca e apreensão dirigida à Touchdown Promoção de Eventos Esportivos Ltda. revela-se despropositada na medida em que essa empresa não tem qualquer relação com o objeto da investigação da chamada operação Zelotes”, disse o advogado em nota. Segundo ele, a Touchdown exerce “atividade lícita” e fora do âmbito da operação.
Já a LFT Marketing Esportivo é suspeita de ter recebido repasses da empresa Marcondes & Mautoni, empresa de lobistas que atuaram na aprovação da MP471, medida provisória que prorrogou a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a indústria automobilística. A Marcondes & Mautoni pagou R$ 2,4 milhões à empresa do filho de Lula.
QUESTÃO DE DATA
Para o advogado de Luís Cláudio, a suspeita não faz sentido. “A simples observação da data da constituição da empresa é o que basta para afastá-la de qualquer envolvimento com as suspeitas levantadas. A citada MP foi editada em 2009 e a LFT constituída em 2011 – dois anos depois. A prestação de serviços da LFT para a Marcondes & Maltoni ocorreu entre 2014 e 2015 -mais de 5 anos depois da referida MP e está restrita à atuação no âmbito de marketing esportivo.”
O advogado afirma que os repasses feitos pela Marcondes & Mautoni à LFT deveram-se à prestação de serviços cuja realização pode ser comprovada.
“Dessa prestação resultaram quatro projetos e relatórios que estão de acordo com o objeto da contratação e foram devidamente entregues à contratante. O valor recebido está contabilizado e todos os impostos recolhidos e à disposição das autoridades”, disse Zanin Martins.
“A Touchdown e a LFT jamais tiveram qualquer relação, direta ou indireta, com o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais”, reiterou.
29 de outubro de 2015
Deu em Tempo
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