«Aliás, já temos [conteúdos importantes]: criamos a novela. Ao criarmos a novela criamos uma das formas mais importantes no nosso País de fabulação, de contar história, algo que a humanidade desenvolveu quando se tornou humana.»
Trecho do discurso pronunciado pela presidente da República no dia 6 out° 2015 quando da abertura do Congresso Brasileiro de Radiodifusão, Brasília.
É interessante notar que dona Dilma atribui a criação da novela à genial inventividade brasileira. Não lhe ensinaram que esse gênero, sucessor do folhetim, é multissecular.
Já no século XVIII, jornais franceses publicavam histórias a conta-gotas, em capítulos diários. Com o advento do rádio, nos anos 20, novelas foram adaptadas para o modo radiofônico. Vinte anos mais tarde, a televisão americana se apropriou do modelo e o fez entrar no molde televisivo.
Já no século XVIII, jornais franceses publicavam histórias a conta-gotas, em capítulos diários. Com o advento do rádio, nos anos 20, novelas foram adaptadas para o modo radiofônico. Vinte anos mais tarde, a televisão americana se apropriou do modelo e o fez entrar no molde televisivo.
Ainda que a verdade possa desagradar a nossa mandatária, não criamos a novela. Assim como não inventamos a mandioca.
Uma última observação
Num momento de notável lucidez, dona Dilma lembrou que, um dia, a humanidade se tornou humana, constatação extraordinária. A presidente não especificou como era a humanidade antes dessa crucial transformação.
Ignaros e sedentos de aprender, ficamos todos, ansiosos, à espera de suas luzes, presidente!
O texto integral do admirável discurso está no mui oficial site do Planalto, aquele que, subserviente, chama a presidente de “presidenta”.
11 de outubro de 2015
José Horta Manzano, in Brasil de longe
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