"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PMDB NÃO QUERIA SE ENVOLVER NA REDUÇÃO DOS MINISTÉRIOS




O vice-presidente Michel Temer e os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan Calheiros e Eduardo Cunha comunicaram à presidente Dilma Rousseff que o PMDB, partido ao qual pertencem, não indicaria nomes para compor os cargos que surgirem da reforma administrativa anunciada pela Planalto. O episódio foi bem focalizado pelas reportagens de O Globo (Júnia Gama, Simone Iglésias, Cristiane Jungblut e Washington Luiz) e da Folha de São Paulo (Marina Dias, Mariana Haubert, Natuza Nery e Valdo Cruz), edições de terça-feira.
Mas deve ser interpretado não propriamente como sintoma da véspera de uma ruptura definitiva, mas sim como uma forma de escapar da responsabilidade de avalizar a diminuição do número de pastas, o que levaria inevitavelmente ao desfecho que causaria a perda de postos para a legenda. Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha não iriam se dispor a embarcar na aventura. Preferem posar de defensores do partido e lançar a nuvem da ameaça de um rompimento. Enquanto persistir tal atmosfera, o PMDB consegue se equilibrar entre a participação no pode e a manutenção da força eleitoral que resta à sigla.
Um lance tático, nada mais, nada menos. Jogo para a arquibancada, mas capaz de gerar efeito contrário ao governo na medida em que pode servir para enfraquecê-lo ainda mais. Dilma Rousseff, de fato, tentou transferir a responsabilidade do enxugamento ministerial à agremiação formalmente aliada. Como quem diz:  A bola, agora, está nas mãos de vocês, no caso Temer, Renan e Cunha. Eles prudentemente não aceitaram a incumbência dividida com o Planalto. A responsabilidade é do Executivo, não dos que integram parcialmente o governo.
NA ECONOMIA
A reforma administrativa, na realidade, volta-se muito mais para a área econômica do que para o plano politico, uma vez que s destina à redução de gastos públicos. parte do ajuste fiscal defendido pelo ministro Joaquim Levy. O corte das despesas é muito mais importante do que a projetada elevação dos tributos, pois depende exclusivamente de ato da presidente da República e não da aprovação pelo Congresso. Se a chefe do Executivo depende da concordância partidária para executar os atos que pode efetuar sozinha, é porque encontra-se numa situação extremamente difícil. O poder não se transfere. É um ato personalizado e intransferível. Afinal, a presidente da República é ela mesma, Dilma Rousseff.
JUROS PARA IMÓVEIS
Reportagem de Isabel Versiani, Folha de São Paulo de terça-feira, anuncia que a direção da Caixa Econômica Federal decidiu aumentar de 9,3 para 9,8%, a/a, em média, os juros para financiamentos vinculados à compra de imóveis. Faltou dizer que a elevação refere-se aos juros reais. Ou seja: índice além da inflação oficial. Como esta inflação oficial encontra-se na escala de 9,2% para o período de agosto de 2014 a agosto de 2015, o  reflexo da medida, corretamente, significa um acréscimo de aproximadamente 19%.
Preparem-se assim os mutuários para arcar com o peso da realidade. Não com o peso parcial da taxa anunciada. É só fazeR as contas. Se a inflação atinge 9% e os juros cobrados 9,8, em tal hipótese eles,os juros, seriam somente de 0,8% ao ano.
Alguém acredita nisso? É melhor, portanto, a CEF informar claramente o resultado do acréscimo e o candidato ao empréstimo calcular com exatidão as possibilidades que o seu salário oferece.

25 de setembro de 2015
Pedro do Coutto

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