Nos idos de 1830, Unzelmann, grande estrela do teatro alemão, ficou famoso pelos “cacos” que acrescentava ao texto das peças por ele representadas. O diretor do Teatro de Berlim proibiu-o de improvisar. Durante certa performance, o ator entrava no palco montado num cavalo. Só que o animal portou-se de maneira imprópria, fazendo cocô diante da distinta plateia, que começou a rir.
Ontem, aguardando o desembarque da presidente Dilma, vinda dos Estados Unidos, reuniram-se na Câmara diversos deputados do PMDB, insatisfeitos com o atraso da reforma ministerial. Queixavam-se da improvisação nas mudanças prometidas há mais de um mês, pois sempre que um parlamentar é cotado para determinado ministério, no dia seguinte suas chances perdem-se nas especulações dos corredores do Congresso. Ninguém tem certeza de coisa alguma, sequer de quais os ministérios que serão extintos. Uma verdadeira improvisação, cujos resultados deveremos conhecer até o final da semana, caso não se verifiquem novas dúvidas e não aconteça nova protelação.
Pois é. Improvisar em política parece perigoso, em especial porque Madame, ao anunciar a intenção da mudança, um mês atrás, deveria ter calculado minuciosamente os ministérios que desapareceriam, bem como convidado, mesmo em segredo, os novos ministros. Deixou tudo e todos em suspense, por falta de decisão ou por conta da verdadeira batalha campal travada pelos candidatos e pelos partidos indignados com a perspectiva de perder espaço. Portou-se como amadora, ou seja, está improvisando...
A VIDA E OS GOVERNOS
Assim como a vida, os governos são curtos, pelo menos na visão dos governantes e de quantos habitam o planeta. Quando o final vai-se aproximando, buscam-se alternativas e subterfúgios, como o da imortalidade no Céu, para uns, e o do retorno ao poder, para outros. Na realidade, tudo se resume ao medo da morte, num caso, e a incerteza da reeleição, no outro.
Nos dois casos, depois que as religiões transformaram todos os tormentos e sofrimentos na concepção do Inferno, restou para o Céu apenas o tédio. Para a reeleição, também Deve ser por aí que o Lula anda raciocinando. Afinal, valerá à pena voltar para queimar nas chamas eternas ou para sem ter o que fazer em Brasília?
29 de setembro de 2015
Carlos Chagas
O ator repreendeu o parceiro: “você não sabe que estamos proibidos de improvisar?”
Ontem, aguardando o desembarque da presidente Dilma, vinda dos Estados Unidos, reuniram-se na Câmara diversos deputados do PMDB, insatisfeitos com o atraso da reforma ministerial. Queixavam-se da improvisação nas mudanças prometidas há mais de um mês, pois sempre que um parlamentar é cotado para determinado ministério, no dia seguinte suas chances perdem-se nas especulações dos corredores do Congresso. Ninguém tem certeza de coisa alguma, sequer de quais os ministérios que serão extintos. Uma verdadeira improvisação, cujos resultados deveremos conhecer até o final da semana, caso não se verifiquem novas dúvidas e não aconteça nova protelação.
Pois é. Improvisar em política parece perigoso, em especial porque Madame, ao anunciar a intenção da mudança, um mês atrás, deveria ter calculado minuciosamente os ministérios que desapareceriam, bem como convidado, mesmo em segredo, os novos ministros. Deixou tudo e todos em suspense, por falta de decisão ou por conta da verdadeira batalha campal travada pelos candidatos e pelos partidos indignados com a perspectiva de perder espaço. Portou-se como amadora, ou seja, está improvisando...
A VIDA E OS GOVERNOS
Assim como a vida, os governos são curtos, pelo menos na visão dos governantes e de quantos habitam o planeta. Quando o final vai-se aproximando, buscam-se alternativas e subterfúgios, como o da imortalidade no Céu, para uns, e o do retorno ao poder, para outros. Na realidade, tudo se resume ao medo da morte, num caso, e a incerteza da reeleição, no outro.
Nos dois casos, depois que as religiões transformaram todos os tormentos e sofrimentos na concepção do Inferno, restou para o Céu apenas o tédio. Para a reeleição, também Deve ser por aí que o Lula anda raciocinando. Afinal, valerá à pena voltar para queimar nas chamas eternas ou para sem ter o que fazer em Brasília?
29 de setembro de 2015
Carlos Chagas
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