A Fundação Perseu Abramo, centro de estudos criado e mantido pelo PT, divulga nesta segunda-feira (28) um documento com duras críticas à política econômica do governo de Dilma Rousseff.
No primeiro volume do estudo “Por Um Brasil Justo e Democrático”, que é assinado também por outras cinco entidades, o texto diz que as iniciativas do governo estão jogando o país em uma recessão e que elas interessam a banqueiros e a fundos de investimento.
A fundação é presidida por Marcio Pochmann, que presidiu o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) até 2012, é próximo do ex-presidente Lula e um dos economistas mais influentes do PT.
OPINIÃO DA MAIORIA
De acordo com dirigentes do partido, embora não seja assinado pela legenda, o documento expressa a opinião da maioria da agremiação.
“A lógica que preside a condução do ajuste é a defesa dos interesses dos grandes bancos e fundos de investimento. Eles querem capturar o Estado e submetê-lo a seu estrito controle, privatizar bens públicos, apropriar-se da receita pública, baratear o custo da força de trabalho e fazer regredir o sistema de proteção social”, afirma o documento.
O texto continua: “O ajuste fiscal em curso está jogando o país numa recessão, promove a deterioração das contas públicas e a redução da capacidade de atuação do Estado em prol do desenvolvimento. Mais grave é a regressão no emprego, salários, no poder aquisitivos e nas políticas sociais”.
TUDO ERRADO
Segundo as entidades, o pacote fiscal deteriora o ambiente econômico e social, o que enfraquece o governo e “amplifica a crise política e as ações antidemocráticas e golpistas em curso”.
O trabalho, que teve a participação de uma centena de especialistas, será lançado em um evento em São Paulo para o qual foram convidados sindicalistas, movimentos sociais e “personalidades do campo progressista”, segundo o convite.
O documento acusa os apoiadores do plano proposto por Dilma de quererem fazer regredir os avanços sociais da Constituição.
SUGESTÕES
Entre as propostas sugeridas no documento para “retirar o país da desastrada austeridade econômica em curso” estão a baixa dos juros, a retirada dos investimentos do cálculo de superavit primário, a alteração do calendário do regime de metas de inflação e a regulação do mercado de câmbio.
Os signatários defendem ainda o que chamam de duplo mandato para o Banco Central. Em vez de ter como objetivo apenas a estabilidade dos preços, a instituição deveria ter como meta também a manutenção do nível de emprego.
O texto defende a “expansão do mercado interno de consumo de massas” e chama a atenção para os cortes realizados pelo governo.
29 de setembro de 2015
Mônica Bergamo
Folha
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