Autoridades econômicas de todo o mundo preparam-se para viajar a Lima entre os dias 9 e 11 e outubro, para participar do encontro anual do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.
Essas reuniões não costumam ter ibope alto entre leigos, pouco afeitos a temas como balanços de pagamentos, quotas, direitos especiais de saque ou consultas sobre o Capítulo IV.
Mas em alguns momentos - como os que estamos atravessando, marcados pela instabilidade e pela incerteza – esses encontros podem atuar como catalisadores de tensões e crises.
Foi, por exemplo, o que aconteceu nas reuniões do FMI-Banco Mundial de 1982, em Toronto. Para o Brasil foi o começo de um grande desastre; marcou o início de um longo período de sofrimento, de uma década perdida.
Acompanhei, como assessor, o ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, ao Canadá. Acreditávamos que uma negociação seria possível, mas nos enganamos. O Brasil virou a “bola da vez”, na esteira do México, Polônia e Argentina.
No encontro de Lima, a lista de problemas é grande, e não pára de crescer. O lugar de destaque ficará com a China, que parece não saber administrar a desaceleração de seu crescimento e tem reagido com solavancos nas esferas do comércio e do câmbio.
Por conta dos solavancos chineses, os países em desenvolvimento, exportadores de matérias-primas, estão sendo asfixiados. Não apenas reduz-se a entrada de divisas pela via do comércio exerior, como há ameaça séria à manutenção dos fluxos de investimentos e de financiamentos.
Um dos temas centrais da reunião de outubro será a avaliação do que sucederá com o mundo quando o Federal Reserve Board (o banco central dos EUA) decidir aumentar as taxas de juros básicas, que vêm sendo há dez anos mantidas em patamar próximo a zero.
Se o Brasil não tiver o que apresentar à comunidade internacional, em termos do que está fazendo para corrigir seus graves desacertos macroeconômicos, não deve esperar simpatia e mãos estendidas do resto do mundo.
29 de setembro de 2015
Pedro Luiz Rodrigues
Essas reuniões não costumam ter ibope alto entre leigos, pouco afeitos a temas como balanços de pagamentos, quotas, direitos especiais de saque ou consultas sobre o Capítulo IV.
Mas em alguns momentos - como os que estamos atravessando, marcados pela instabilidade e pela incerteza – esses encontros podem atuar como catalisadores de tensões e crises.
Foi, por exemplo, o que aconteceu nas reuniões do FMI-Banco Mundial de 1982, em Toronto. Para o Brasil foi o começo de um grande desastre; marcou o início de um longo período de sofrimento, de uma década perdida.
Acompanhei, como assessor, o ministro da Fazenda, Ernane Galvêas, ao Canadá. Acreditávamos que uma negociação seria possível, mas nos enganamos. O Brasil virou a “bola da vez”, na esteira do México, Polônia e Argentina.
No encontro de Lima, a lista de problemas é grande, e não pára de crescer. O lugar de destaque ficará com a China, que parece não saber administrar a desaceleração de seu crescimento e tem reagido com solavancos nas esferas do comércio e do câmbio.
Por conta dos solavancos chineses, os países em desenvolvimento, exportadores de matérias-primas, estão sendo asfixiados. Não apenas reduz-se a entrada de divisas pela via do comércio exerior, como há ameaça séria à manutenção dos fluxos de investimentos e de financiamentos.
Um dos temas centrais da reunião de outubro será a avaliação do que sucederá com o mundo quando o Federal Reserve Board (o banco central dos EUA) decidir aumentar as taxas de juros básicas, que vêm sendo há dez anos mantidas em patamar próximo a zero.
Se o Brasil não tiver o que apresentar à comunidade internacional, em termos do que está fazendo para corrigir seus graves desacertos macroeconômicos, não deve esperar simpatia e mãos estendidas do resto do mundo.
29 de setembro de 2015
Pedro Luiz Rodrigues
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