Brasília - Nos corredores do Supremo Tribunal Federal não se fala em outra coisa: o fatiamento do processo da Lava a Jato tende a beneficiar os presos mais privilegiados. Entre eles, Marcelo Odebrecht, o 9º homem mais rico do Brasil, com uma fortuna de 13,1 bilhões de reais, segundo a revista Forbes.
No momento, ele ocupa uma cela do Complexo Médico-Penal do Paraná, localizado em Pinhais, município da região metropolitana de Curitiba. Mas seus dias de agonia estão para acabar, depois que o STF decidiu descentralizar os processos concentrados nas mãos da equipe do juiz Sergio Moro, uma decisão que está revoltando juízes federais e promotores do país.
Ora, ora só nós, pobres mortais, ainda acreditam que Marcelo permanecerá atrás das grades por muito tempo. Ele deixou isso claro quando depôs na CPI da Lava a Jato.
Por trás de todo esse arcabouço jurídico que pretende esvaziar o trabalho da Lava a Jato e devolver os criminosos às suas casas, está o mais astucioso de todos os advogados brasileiros, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, ex-ministro de Defesa de Dilma.
A decisão do STF de fatiar a responsabilidade pela investigação da Lava a Jato fez a alegria dos advogados de defesa dos réus.
Não resta dúvida que foi uma jogada de mestre, porque todos os corruptos envolvidos no maior escândalo da história do país serão beneficiados. Como eles não têm prerrogativas de foro privilegiados, como os políticos, estão a mercê da caneta do juiz Sergio Moro que vem agindo com competência na condenação dos integrantes da quadrilha que torraram a Petrobrás e outras empresas símbolos do país.
A jogada genial dos juristas que conhecem as manhas do Supremo Tribunal Federal só foi concretizada porque dentro do STF já existia uma tendência de frear a equipe do juiz Sergio Moro. Muitos dos ministros do tribunal, indicados por Lula e Dilma, estavam incomodados com as últimas notícias de que o ex-presidente iria parar na cadeia.
Para aqueles que não tem a fortuna do Marcelo, resta apenas o consolo de receber um boião diferenciado na cadeia . Essa promessa, pelo menos, o PT jura que vai cumprir, viu Vaccari e Zé Dirceu.
29 de setembro de 2015
Jorge Oliveira
Ora, ora só nós, pobres mortais, ainda acreditam que Marcelo permanecerá atrás das grades por muito tempo. Ele deixou isso claro quando depôs na CPI da Lava a Jato.
Negou-se, por exemplo, a fazer delação premiada e ainda se permitiu usar gestos teatrais para mostrar quanto estava seguro sobre a sua provável liberdade.
E a estratégia para tirá-lo da cadeia foi revelada pelo próprio Lula.
Numa viagem a Buenos Aires, ele reclamou que um juiz americano, sozinho, impunha ao governo argentino decisões judiciais que obrigavam o governo a pagar dívidas de empresas nos Estados Unidos.
Esta, na verdade, é a tese que os juristas, contratados a peso de ouro pelos empresários, defendem, e que o boquirroto do Lula deixou escapar: não pode ser apenas de um juiz a prerrogativa de manipular um processo dessa envergadura, entende agora o STF.
Por trás de todo esse arcabouço jurídico que pretende esvaziar o trabalho da Lava a Jato e devolver os criminosos às suas casas, está o mais astucioso de todos os advogados brasileiros, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, ex-ministro de Defesa de Dilma.
Depois da morte de Thomaz Bastos, o advogado que, em vida, defendeu todos os criminosos de colarinho branco, Jobim é hoje o mais próximo dos conselheiros do ex-presidente Lula.
A decisão do STF de fatiar a responsabilidade pela investigação da Lava a Jato fez a alegria dos advogados de defesa dos réus.
A justificativa para tal iniciativa, o STF tem na ponta da língua: a apuração dos crimes devem ser feita nos locais onde foram praticados.
Ou seja: os inquéritos serão desmembrados para o Rio, São Paulo e Brasília onde estão as sedes das principais empresas envolvidas.
E você, que conhece a Justiça brasileira, o que me diz disso?
É claro que muitos desses processos vão adormecer nas empoeiradas prateleiras das instâncias desses estados, vulneráveis a pressões de hábeis advogados, de políticos e dos empresários endinheirados envolvidos.
Não resta dúvida que foi uma jogada de mestre, porque todos os corruptos envolvidos no maior escândalo da história do país serão beneficiados. Como eles não têm prerrogativas de foro privilegiados, como os políticos, estão a mercê da caneta do juiz Sergio Moro que vem agindo com competência na condenação dos integrantes da quadrilha que torraram a Petrobrás e outras empresas símbolos do país.
A jogada genial dos juristas que conhecem as manhas do Supremo Tribunal Federal só foi concretizada porque dentro do STF já existia uma tendência de frear a equipe do juiz Sergio Moro. Muitos dos ministros do tribunal, indicados por Lula e Dilma, estavam incomodados com as últimas notícias de que o ex-presidente iria parar na cadeia.
Os recentes depoimentos dos delatores colocam Lula no centro da cena do crime. E a melhor saída para tirar o Lula do lamaçal é, na verdade, começar a soltar os empresários que podem comprometê-lo como Marcelo Odebrecht para quem o ex-presidente prestou serviço, a peso de ouro, como lobista de luxo.
Para aqueles que não tem a fortuna do Marcelo, resta apenas o consolo de receber um boião diferenciado na cadeia . Essa promessa, pelo menos, o PT jura que vai cumprir, viu Vaccari e Zé Dirceu.
29 de setembro de 2015
Jorge Oliveira
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