Depois de cometer crimes fiscais e eleitorais, ameaçada por impeachment, Dilma diz que está sendo vítima de um golpe.Oposição responde brandindo a Constituição Federal.
Hoje, em Presidente Prudente, São Paulo, em ambiente controlado onde entraram somente militantes dos movimentos sociais e beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, Dilma fez um discurso colocando-se no papel de vítima de um golpe. Seu argumento para acusar as iniciativas de impeachment é justamente o voto que ela roubou com as mentiras da sua campanha, hoje comprovadas tanto pelo eleitor quanto pelas autoridades. A presidente tenta dar legalidade a um voto obtido com tramoias, truques, dinheiro sujo, propina. Bateu o desespero.
FHC respondeu: "Quem sofre a crise não quer dar golpe, quer se livrar da crise. Na medida em que o governo faz parte da crise, começam a perguntar se [o governo] vai durar. Mas não é golpe", afirmou antes de dizer que não sabe quem estaria tentando se aproveitar da crise para chegar a poder.
Hélio Bicudo, ex-fundador do PT, que produziu o parecer final que está induzindo o processo de impeachment, questionado sobre a fala da presidente Dilma na manhã desta quarta respondeu: "Esse negócio de falar que é golpismo, é golpismo de quem fala. Estamos agindo de acordo com o que a constituição diz".
O ex-petista também afirmou que preferia a convocação de novas eleições a um eventual mandato exercido pelo vice-presidente Michel Temer. "Temos que ter eleições livres e gerais para escolher um novo presidente", disse, reconhecendo em seguida a dificuldade de se eleger um novo governante na atual conjuntura.
O jurista Miguel Reale Jr. também rechaçou que haja qualquer tentativa de golpe, e comparou o governo petista à uma "ditadura da propina". "Lutamos contra a ditadura do fuzil e agora lutamos contra a [ditadura] da propina".
Reale Jr., que foi ministro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ajudou a redigir petição do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992, chegou a emitir uma manifestação em maio deste ano afirmando que não havia clima político para o impeachment de Dilma, mas disse que o cenário mudou. "Não teria passado em março, abril. Hoje há ambiente para isso (passar o impeachment em votação no Congresso Nacional).
Depois da assinatura do documento, os integrantes dos movimentos presentes no cartório entoaram palavras de ordem contra o PT como "Olê, Olê, estamos na rua para derrubar o PT". Eles também levaram miniaturas de bonecos do ex-presidente Lula vestido de presidiário, figura que ganhou o nome de "Puxileco" devido à operação Lava Jato.
O documento de Bicudo deve ser protocolado na quinta-feira (17), na Câmara. Os movimentados anti-Dilma estão se organizando para fazer um grande ato em Brasília na data em que for marcada a votação do requerimento referente ao impeachment.
18 de setembro de 2015
in coroneLeaks
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