O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco defende um programa de redução da dívida pública para melhorar o quadro fiscal brasileiro, classificado por ele como um dos piores do mundo. Ele alertou para o alto nível de endividamento com o vencimento próximo e para o fracasso do Tesouro Nacional em rolar essa dívida.
O economista ainda ressaltou que pode haver ainda outro tipo de “pedalada”: o repasse de títulos para o BC colocar no mercado, as chamadas operações compromissadas. Franco apontou que as operações compromissadas — oferta de papéis da dívida pública para retirar liquidez da economia — tem um estoque correspondente a nada menos que um terço da dívida pública. Ele lembrou que, nesse tipo de operação, o BC paga juros maiores em prazos mais curtos.
OUTRA PEDALADA?
— A pergunta que não quer calar é que isso não é uma pedalada. Não sei se não é financiamento indireto do Tesouro. Pode haver aí uma inconstitucionalidade e uma pedalada das grandes — sugeriu o economista.
Um dos pontos ressaltados por Gustavo Franco é o alto custo da dívida. Somente neste ano, o Brasil pagará 8% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de todos os bens e serviços produzidos no país em um ano) em 2015. Ele frisou que 17% da dívida pública brasileira vence no curto prazo.
— Por muito menos que isso, a Grécia quebrou. A Grécia quebrou com 13% da dívida vencendo. Nós aqui com 17%. E vamos enrolando o assunto da dívida. A situação é crítica e uma das piores do mundo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O texto, enviado pelo comentarista Wilson Baptista Jr., mostra a gravidade da situação, que a presidente Dilma conduz com alta dose de irresponsabilidade. (C.N.)
18 de setembro de 2015
Deu no Globo
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