Matéria da Folha de São Paulo (e olha que a Folha não é exatamente adversária da rainha e sua corte), conta que o PT não descarta a possibilidade de que a operação em curso “inviabilize o funcionamento do partido” e leve “à cassação do registro da legenda”.
Há uma possibilidade quase irreversível de que o partido seja condenado a ressarcir quantias milionárias em função do que está sendo investigado e do envolvimento de seu ex-tesoureiro João Vaccari Neto. Havendo condenação do partido, a multa seria impagável (claro, sem mais acesso aos fundos sem fundos da Petrobras…). A decisão de estender os pedidos de punição aos partidos já estaria tomada pelo MPF.
Quando o PT decide, como acaba de fazer, sustar todo recebimento de recursos de empresas privadas, ele está, ao mesmo tempo fechando as torneiras que o poderiam salvar. Mas o fato é que dificilmente apareceria, nos dias de hoje, algum doador interessado em contribuir para o caixa do partido. O PT não é, exatamente, um partido com fila de doadores batendo à porta.
Com o subtítulo “Morte sem Oxigênio” a Folha ainda esclarece que “o partido dava como certo que as doações desapareceriam a partir de agora, principalmente em anos não eleitorais. A mesma avaliação é compartilhada, como a Folha já relatou, por empreiteiras.
O fundo partidário, outra forma de sustento das legendas, também ficaria comprometido. Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral ouvidos pela Folha afirmam que, se a punição se confirmar, a multa pode ser para ressarcir aos cofres públicos recursos desviados descobertos pela operação.
Neste caso, segundo a lei dos partidos políticos, ficaria suspensa a participação da agremiação no fundo partidário até que o esclarecimento seja aceito pela Justiça Eleitoral. Um interlocutor do Judiciário define o imbróglio como “morte sem oxigênio” para o PT.
Em 2014, por exemplo, o PT recebeu cerca de R$ 25 milhões de fundo partidário.”
(Com informações da Folha de São Paulo em matéria das jornalistas Mandréia Sadi e Marina Dias).
26 de abril de 2015
Percival Puggina
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