Neuronavegação: rumo à saúde do cérebro
Neurocirurgias de alta complexidade guiadas por computadores e imagens tridimensionais qualificam o desempenho das equipes médicas e oferecem maior segurança aos pacientes. É o novo mundo da neuronavegação que ganha terreno nos principais hospitais brasileiros. Referência nacional em Neurocirurgia, o Hospital Beneficência Portuguesa disponibiliza, em Porto Alegre, essa tecnologia de última geração.
A neuronavegação permite correlacionar as imagens da anatomia do paciente obtidas durante a etapa pré-operatória. Na sala de cirurgia, as imagens são acessadas em tempo real e comparadas por meio de um software. Cria-se, assim, um sistema de mapeamento em três dimensões que aumenta a eficácia das ações cirúrgicas.
A tecnologia possibilita, por exemplo, melhor visibilidade da área lesada por tumores cerebrais, permitindo que o cirurgião exerça seu ofício com precisão milimétrica, o que evita danos ao tecido cerebral normal.
A comparação é inevitável: o neuronavegador orienta o cirurgião com a ajuda de laser ou caneta com sensor, como se fosse um GPS. Assim que o médico o direciona para determinada região cerebral, as coordenadas são acionadas, indicando os dados do paciente.
A neuronavegação proporciona redução dos riscos de infecções e de lesões graves em áreas sensíveis e profundas do cérebro, como as responsáveis pela movimentação dos membros, da fala e da visão. O tamanho da incisão é menor, assim como o número de horas empregadas durante as cirurgias convencionais, que, em média, alcançam seis horas.
Ainda, o tempo dedicado à recuperação é inferior, se confrontado com o pós-operatório dos procedimentos tradicionais. O uso dessas técnicas inovadoras pode antecipar a alta, em razão da diminuição do trauma cirúrgico. Em consequência, o paciente volta às suas rotinas e ocupações profissionais em menos tempo.
Segundo Ivan Chemale, médico-chefe da Neurocirurgia da Beneficência Portuguesa, as instituições hospitalares brasileiras ainda não obtêm o retorno dos investimentos em neuronavegação, uma vez que os benefícios dessa tecnologia não são plenamente reconhecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e por planos de saúde privados.
Mesmo assim, a Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, tradicional entidade filantrópica que festeja 161 anos de existência, estende a utilização do neuronavegador aos pacientes do SUS.
26 de abril de 2015
ucho.info
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