"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de abril de 2015

NÁUFRAGOS E DESESPERADOS




Em mar revolto, tentando
salvar a última gota de
esperança diante da crise
política, econômica e social
que assola a sociedade brasileira.
Nunca na história política da republiqueta brasilis se observou um corolário de desfaçatez, desencantamento e desesperança com um governo democraticamente eleito.

Os governistas e opositores sucumbiram no mar revolto de um País sem rota, sem timoneiro, e, ambos ficam à deriva dos fatos dantescos que envolvem todos sem exceção no naufrágio das boas intenções.

Os partidos, dirigentes e militantes são submetidos pela virulência da corrupção que bate à porta de todos. Todos estão atônitos, vociferando que a prisão “ é política”!!! Não é política, é de políticos que vemos no cotidiano. Como diz aquele provérbio português : “Onde todo mundo peca, não há penitência”.

Para os governistas, o condomínio de partidos políticos se transformou num pardieiro, com o peso substantivo do petismo. Os dirigentes e militantes se transformaram em cegos ensandecidos pelas mãos sujas nas escandalosas transações de recursos públicos para abastecimento dos cofres do Partido, garantindo a aurora do “projeto de poder” duradouro.

Assim, os trabalhadores foram simbolicamente enganados por dirigentes inescrupulosos que subsumiram bandeiras programáticas, tais como: reforma agrária, reforma urbana, taxação de grandes fortunas, justiça social, e, o primor da flamula que era empunhada no mais alto mastro ideológico – a Ética na Política.

No findar de um ciclo político trágico, o lulo-petismo sucumbiu com a pecha de partido corrompido, degenerado e prostituído pelas alianças conciliatórias que o Criador (Lula) impôs as suas criaturas (militantes). Os militantes e simpatizantes se transforam em náufragos sem qualquer esperança de salvação.

Noutro lado a ilha, os desesperados oposicionistas, foram tragados pela onda de manifestos de rejeição simbólica as políticas de ajuste fiscal, e, empunhada a bandeira do impedimento e combate à corrupção, nada tem a oferecer. Neste cenário degradado, todos são produtores do sistema político que faz da máquina reeleitoral, uma matriz indutora de práticas continuadas de corrupção, favorecimento clientelística e compra de apoios simbólicos. No presidencialismo de cooptação todos se identificam na prática, em todos os níveis.

Na esteira da crise gêmea – econômica e política, a única esperança que resta é o aprofundamento em todos os níveis, forçando conjuntamente, náufragos e desesperados a lutar pela sua sobrevivência. Caso contrário, todos serão cúmplices da polarização político-ideológica com elevação da tensão social.

O Criador (Lula) da nova ordem política, social e econômica, nos deixou como legado, a governança para sua criatura (Dilma). Tal como Zeus, nos legou uma Caixa de Pandora, e, todos os males que nos desgraçam na atualidade são mitos criados pela nossa curiosidade mundana.



21 de abril de 2015
Eduardo Guerini
in canga blog

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