Reportagem de Catia Seabra, na Folha de São Paulo, mostra o agravamento da crise interna do PT diante da ameaça feita ao partido por João Vaccari Neto, que já avisou aos dirigentes que não pretende se afastar da Tesouraria do partido, comunicando que faz questão de prestar prestar depoimento à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados, no exercício da função.
O problema é gravíssimo, porque Vaccari tornou-se o maior homem-bomba do esquema da Petrobras. Se ele fizer delação premiada, acaba com o PT e com o governo, levando de roldão toda a cúpula do partido, o ex-presidente Lula e até a atual presidente Dilma Rousseff, além de outras figuras de destaque, como Antonio Palocci, José Dirceu, Rui Falcão e José Genoino. Um verdadeiro festival, digamos assim.
Segundo dirigentes petistas ouvidos pela Folha, o ex-presidente Lula é um dos que se mostram desapontados com o comportamento do tesoureiro, pois a intransigência de Vaccari aumenta o movimento visando a afastá-lo do cargo e muitos companheiros de sigla já o acusam abertamente de prejudicar a imagem do PT, submetida a forte desgaste devido ao escândalo da Petrobras e à crise que abala o governo Dilma Rousseff.
VACCARI IRREDUTÍVEL
A reportagem de Catia Seabra revela que, para demover Vaccari da intenção de permanecer no cargo, a cúpula do partido já comunicou a ele que há dirigentes petistas que já se propõem a pedir formalmente seu afastamento.
Acontece que Vaccari está disposto a manter esta posição, mesmo que tenha de enfrentar o Diretório Nacional do PT, órgão partidário que estatutariamente tem o poder de decidir se ele será afastado ou mantido.
Em seu delírio, ele até diz acreditar em sua vitória numa eventual disputa interna no Diretório.
A crise é gravíssima, porque ficou claro que no PT ninguém manda mais em Vaccari, que já não obedece nem mesmo a Lula.
Para acalmá-lo, os advogados do partido repetem que não há provas. De início, Vaccari até chegou a acreditar nessa tese absurda, mas pouco a pouco foi despertando para a realidade. Está cada vez mais deprimido e decepcionado. É aí que mora o perigo, como se dizia antigamente. E la nave va, cada vez mais fellinianamente.
30 de março de 2015
Carlos Newton
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