Qual a importância – para o “bem” ou para o “mal” – que o tal beijo das duas idosas tem, para fins de dramaturgia, cultura, artes e coisas do gênero? Nenhuma. Os meios de comunicação em massa só se preocupam com a “polêmica” (ô palavrinha insuportável!) que a cena causa e, claro, com a audiência, que gera propaganda e anunciantes, que vendem desde produtos de limpeza para fogão, até carros luxuosos.
Uma vez disse o Alberto Dines: “Criam-se novas necessidades; esquecem-se das eternas exigências”. Se ambas se beijaram, para mim tanto faz. Apenas vejo uma fase de pobreza criativa, que vem dando lugar a cenas desnecessárias, tolas e inúteis, em detrimento da verdadeira arte – aludo a todas: literatura, escultura, dança, teatro, pintura, música e, considerando-a como a sétima, o cinema.
Deixaram a verdadeira arte no sótão e liberaram para exibição as traças que lá se encontravam. Querem mostrar duas senhoras se beijando? Se chupando (com ruídos!)? Se comendo com cenas de nitidez ginecológica? Muito bom. Pulitzer, o inventor da imprensa marrom, há mais de 100 anos, aprovaria e editaria um número extra de páginas amarelas, para comentar sobre o assunto.
EXIBAM AS ARTES!
Pelo menos, tirem as artes que estão guardadas naquele sótão e as exibam com entusiasmo.
E entre um beijo falseado sob o manto fajuto da “dramaturgia” e a boa e sacana pornografia, fico com a última. É mais honesta e interessante. Mas, por favor, sem Natália nem Fernanda. Tenham dó!
Ah, e quanto à política ou moral cristã (hoje, no Brasil, são a mesma coisa)… às favas! Ambas me causam repugnância. PT, PSDB, PMDB, PDT, PQP ou qualquer “P” são sopa indigesta de letrinhas. Só.
30 de março de 2015
Luiz Fernando Stamile Racco
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