"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Eike Batista, que ataca juiz, solta ameaças nos bastidores contra ex-aliados que o estariam perseguindo


Qual é a verdadeira identidade do cabra Fabrício Melgaço, principal inimigo oculto do comendador José Alfredo, um bilionário quase falido, porém bonitão, na trama macabra escrita por Agnaldo Silva, na novela Império? Breve, todo mundo ficará sabendo, quando o folhetim global acabar. Enquanto isto, quem fez ontem uma pergunta parecida a um amigo, com resposta previamente sabida, foi o empresário Eike Batista. 
No Brasil surreal, desgovernado pelo regime nazicomunopetralha, a realidade começa a imitar até a ficção.

Indignado com a ação da Polícia Federal na casa de sua ex-mulher, a bela musa carnavalesca Luma de Oliveira, Eike desabafou que tem arsenal suficiente para prejudicar muita gente graúda, principalmente quem agora age para destruí-lo. 
Apenas para não deixar dúvida no ar, Eike não se referia ao juiz do caso OGX, que os advogados dele querem fora do caso. Mas sim a um complô orquestrado, politicamente, por quem já foi aliado dele até recentemente, mas agora deseja acabar com ele. 
Eike se sente traído, e ameaça se vingar? Ou tudo não passa de bravata?

Qual será a surpresa desta carnavalesca sexta-feira 13? Provavelmente nenhuma. O cenário é o mesmo de sempre. Todos os acusados ou suspeitos de envolvimento a partir das 13 denúncias de delação premiadas da Lava Jato repetem o mesmo procedimento padrão defensivo. 
Soltam notas oficiais para alegar que tudo dito contra eles é mentira. A mídia amestrada, agora em fase de morder e assoprar o desgoverno, divulga as duas versões, e tudo fica por isto mesmo. 
Até que, depois do reinado de Momo, o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, divulgue finalmente os nomes dos políticos denunciáveis no Petrolão. Até lá, haja nota...

O show de negativas continua ridículo. 
A transnacional brasileira Odebrecht nega, insistentemente, que tenha pago qualquer propina ao delator premiado Paulo Roberto Costa. No entanto, o ex-diretor de Abastecimento (só da Petrobras?) afirmou à Justiça que a Odebrecht, um das empresas investigadas por suspeita de participar do cartel da Petrobras, depositou em contas abertas em seu nome no exterior pelo menos US$ 31,5 milhões, entre 2008 e 2013, a título de "política de bom relacionamento". 
Tudo teria acontecido por meio do operador Bernardo Schiller Freiburghaus, da Diagonal Investimentos — um dos 11 investigados na nona fase da Operação Lava-Jato, deflagrada na semana passada.

Ainda no show mambembe de negativas. O advogado e consultor José Dirceu de Oliveira e Silva, que já foi conhecido como "Capitão do Time de Luiz Inácio Lula da Silva", também insiste em botar a assessoria para soltar notas negando tudo que a Lava Jato fala contra ele. 
Atitude defensiva idêntica do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, outro braço direito de Lula. O probleminha é que o doleiro Alberto Youssef afirmou, em delação premiada à Justiça, em outubro, que o consultor Júlio Camargo tinha uma relação “muito boa” com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. 
De acordo com Youssef, Dirceu usava o jatinho do consultor com frequência. Na contabilidade de propinas pagas por Camargo, o nome de Dirceu aparecia como “Bob”. Youssef detonou: “Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci”.

Os petistas vão seguindo em sua especialidade: negar qualquer acusação, alegar que de tudo nada sabiam e atacar os adversários-inimigos, para desviar o foco do tiroteio contra eles. 
Terão de fazer o mesmo se o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, retornar ao Brasil, devidamente extraditado pela Itália. 
O condenado no Mensalão, que fugiu do Brasil com a identidade falsa de um irmão morto, para não cumprir pena, pode se transformar em um explosivo "colaborador premiado" nos inúmeros processos que vêm por aí.

O caso Pizzolato já causa um pavor concreto, mesmo que ele não retorne imediatamente. O Departamento de Recuperação de Ativos, do Ministério da Justiça, formalizará “nos próximos dias” pedido junto às autoridades italianas para que a PF tenha acesso a três computadores e cartões de crédito utilizados por Pizzolato, preso em Modena. A PF quer que o material seja remetido para a Superintendência em Santa Catarina, local onde foi aberto inquérito para investigar a fuga de Pizzolato. Se os dados não passarem pelo filtro de uma censura, a coisa pode ficar feia...

O Globo informa que procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedidos de abertura de inquérito contra parlamentares suspeitos de envolvimento nas fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras logo depois do Carnaval. 
As informações sobre a decisão do procurador-geral chegaram a pelo menos três ministros, dois do STF e um do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Janot deve pedir investigação sobre 42 fraudes narradas por Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, ao longo das investigações da Operação Lava Jato. Nos bastidores da Justiça, se fala em 33 alvos...

Como é duro viver em um País que promove um carnaval permanente de incompetência, roubalheira e falta de visão soberana...

No mundo da Lula?


Grana para campanha?

Vale repetir por 13 x 13, uma tese simples da nossa conjuntura de crime institucionalizado já serve para exterminar politicamente a Dilma Rousseff, aquela que é Presidenta, sem nunca ter sido Presidente.

Nem precisa de impeachment para detoná-la. Se as investigações da Operação Lava Jato comprovarem que o tesoureiro do PT, João Vaccari neto, usou dinheiro do petrolão para irrigar a campanha presidencial dela, conforme revelam as "delações premiadas", a própria Legislação Eleitoral em vigor determina que ela seja automaticamente cassada.

Ou não vale nada o que está escrito na Lei 9.504, de 30 de setembro de 1997?

Investidores se manifestam

A Associação Nacional de Proteção aos Acionistas e Investidores Minoritários (ANA) repudia as manobras sorrateiras no intuito de substituir o Juiz Federal Flávio Roberto de Souza, no caso Eike Batista.

A ANA soltou um manifesto criticando que "o único objetivo que se vislumbra nessa insurgência é o tumulto e conseqüente perpetuação processual, mitigando-se, com isso, a efetividade de aplicação das medidas judiciais ao caso de maior irresponsabilidade empresarial já apurado no Brasil, quiçá, no mundo".

O Juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro/RJ, está por um fio de ser tirado da apreciação do caso Eike Batista/OGX, porque dois desembargadores da 2ª Turma Especial do Tribunal de Justiça Federal do Rio já aceitaram a tese dos advogados de Eike para afastá-lo do caso.

Lamentável

Eis a grande diferença entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Nos primeiros, se alguém tocar no juiz figura do Estado e disser que ele é suspeito e não provar, estará fadado a pagar uma pesada multa e sofrer processo crime.

Aqui não: é tudo faz de conta e se repete aquilo que denunciou o empresário Auro Gorentzvaig: resolve-se tudo nos corredores e bastidores do judiciário, entre amigos.

Espere e quebre


Escolha sua fantasia...

                           
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

13 de fevereiro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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