"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

EXEMPLO DE DESCALABRO MORAL




Recentemente, o ex-presidente Lula da Silva, o Lularápio, afirmou que “o Poder Judiciário não vale nada. O que vale são as relações entre as pessoas.” 
Com a colocação, ele apenas teorizou a respeito daquilo que há tanto tempo pratica: a desvalorização das instituições, a desqualificação do país e o cultivo da impunidade. Mas, justiça se lhe faça: Lularápio não é caso isolado a merecer execração geral. Só se a pessoa for tão alienada que viva à margem do cotidiano de um país desacreditado como o nosso.

Logo após ter sido nomeado e aprovado para o STF, Joaquim Barbosa foi vítima de constrangimento que jamais imaginara (mesmo ele, cuja vida pessoal é dominada por atitudes polêmicas passíveis de reparo). Munido de diplomas conquistados com grande mérito, inclusive o de mestrado e doutorado em Direito Público pela Universidade de Paris II (Panthéon-Assas), o ministro recém-nomeado foi até a residência da Granja do Torto para tentar conversar com o então presidente.

Lula o recebeu num final de semana, no meio de churrascada regada a bebida, abrindo os braços de forma efusiva, quando o avistou, e caminhando apressado de onde se encontrava, aos gritos: 
“-Negaaãoo! Que prazer recebê-lo aqui. Só tava faltando tu!” 
E chegou junto todo suado e exalando fumaça de cigarrilha e cheiro de álcool. 
Joaquim, todo formal, anunciou: 
“-Presidente, vim aqui falar com o senhor a respeito dos cursos que fiz e agradecer a indicação...” Lula nem deixou que ele terminasse:

“-Num quero saber de nada, fique à vontade. Tu fosse nomeado porque é negão e eu tinha que colocar um preto naquela casa.” 
Joaquim Barbosa ficou por ali, deu um tempo e caiu fora quando a primeira chance se apresentou.

Quem se enganou com Lula da Silva só entrou numa furada porque quis. 
O Brasil nunca conseguiu se estruturar como nação. Sua população está sempre em busca de um salvador. De alguém com a capacidade de resolver todas as suas intermináveis pendências. 
A fragilidade de suas instituições é sempre uma porta escancarada para os aventureiros de todos os níveis e quilates. Assim como Lula da Silva, que por não possuir referencial moral preenche a inaptidão intelectual com lucubrações criminosas.

Agora, o empresário gaúcho Auro Gorentzvaig encaminhou denúncia ao Ministério Público em que relata a venda da petroquímica Suzano, para a Petrobras, pelo triplo do preço em negociação deliberadamente montada com a participação de Lula da Silva e da presidente Dilma Roussef. Tudo o que aconteceu no mensalão e tudo que está acontecendo com a Petrobras exibe a cumplicidade de Lularápio, que falta ainda ser investigado nos financiamentos espúrios realizados através do BNDES.

O “empresário” Eixe Batista, que já foi exibido como espécie de ícone da fase positiva do sistema econômico adotado por Lula, tornou-se milionário por conta do dinheiro público derramado em financiamentos do BNDES. Hoje, ninguém mais se lembra. Mas se for realizada pesquisa rápida no google, pode-se ver Lularápio embarcando em jatinhos de Eike Batista e de empreiteiras que se cansaram de ganhar milhões e bilhões de dólares em financiamentos mal explicados no exterior. Todos patrocinados pelo governo brasileiro. As ditaduras foram as principais favorecidas.

Quanto ficou de propina em contas bancárias ainda não reveladas, beneficiando o ex-presidente de nossa desmoralizada República? Que envolvimento, compadrio, cumplicidade, pouca vergonha tão agressiva é essa que impede a prisão do operador do PT, Renato Duque, embora todos os outros envolvidos ainda estejam engaiolados?

Não se trata apenas de promover reforma política ou de prender meia dúzia, quando as colunas do Estado brasileiro se encontram apodrecidas e ameaçando ruir. Talvez já seja tarde demais, mas seria muito bom se pelo menos se começasse a tentar.

13 de fevereiro de 2015
Márcio Accioly é Jornalista.

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